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Robô criado pela Amazon para buscar candidatos discriminava mulheres

A automatização e uso de inteligência artificial são alguns dos segredos da gigante, mas não funcionaram tão bem ao ser aplicada aos recursos humanos

Amazon (David Ryder/AFP)

Amazon (David Ryder/AFP)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 12 de outubro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 12 de outubro de 2018 às 06h00.

São Paulo - A Amazon criou uma inteligência artificial para ajudar a recrutar os melhores candidatos. Só tinha um problema: o robô discriminava mulheres.

Um dos times de especialistas em machine learning do escritório na Escócia começou a construir robôs para ajudar no recrutamento em 2014. De acordo com a Reuters, o objetivo era desenvolver um programa que analisasse 100 currículos e indicasse quais são os cinco melhores.

Cerca de 500 pequenos sistemas foram criados e chegaram a 50 mil palavras-chave que poderiam ser encontradas nos currículos. De acordo com a Reuters, os currículos que tinham a palavra “Mulheres” não eram tão bem avaliados pelo sistema da Amazon, como líderes de clubes femininos ou universidades para mulheres.

A automatização e uso de inteligência artificial são alguns dos segredos da gigante. Sistemas ajudam a organizar os estoques da forma mais eficiente possível, para possibilitar entregas em apenas algumas horas, por exemplo. A mesma abordagem não funcionou tão bem ao ser aplicada aos recursos humanos.

A culpa, no entanto, não é da tecnologia. O sistema aprendeu a selecionar os melhores candidatos em cima dos currículos recebidos nos últimos 10 anos, que eram majoritariamente de candidatos homens.

Os especialistas editaram o programa para excluir esse viés, mas o projeto foi fechado de vez no ano passado, pois não era possível garantir que novos preconceitos surgissem, afirmaram fontes à Reuters.

A Amazon afirmou, ao veículo, que a ferramenta nunca foi usada pelos recrutadores para avaliar candidatos.

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