Loja da Urban Revivo em Xangai, na China: rede de fast fashion busca acelerar expansão internacional com foco em Europa, Estados Unidos e Sudeste Asiático (CFOTO/Future Publishing /Getty Images)
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Publicado em 3 de setembro de 2025 às 09h05.
Última atualização em 3 de setembro de 2025 às 09h11.
A varejista chinesa Urban Revivo, frequentemente comparada à espanhola Zara, abre nesta quarta-feira, 3, uma nova loja em Londres, a segunda na cidade neste ano.
O espaço terá quase 2,7 mil metros quadrados e integra a estratégia de expansão global da companhia, em um momento de enfraquecimento do consumo doméstico na China. A informação é da agência Reuters.
A empresa faz parte de um grupo crescente de marcas chinesas, como a rede de cafés Luckin e a fabricante de brinquedos Pop Mart, que buscam crescimento no exterior diante da crise prolongada no setor imobiliário e da cautela dos consumidores no país asiático.
Fundada em 2006, a Urban Revivo já opera mais de 400 lojas no mundo, vendendo peças como blusas por 130 yuans (R$ 100) e vestidos por 350 yuans (R$ 268).
A meta da empresa é abrir 200 unidades internacionais nos próximos cinco anos. Em 2025, já foram inauguradas lojas em Nova York, Hong Kong e agora em Londres. No Sudeste Asiático, a rede soma cerca de 20 pontos.
Segundo Leo Li, presidente da Fashion Momentum Group (FMG), controladora da marca, o plano de ser global já estava traçado desde o início e não foi diretamente motivado pela desaceleração na China.
A FMG, sediada em Guangzhou, registrou vendas de 7 bilhões de yuans (R$ 5,37 bilhões) no ano passado. A meta é que ao menos 5 bilhões de yuans (R$ 3,83 bilhões) da receita venham de mercados internacionais até 2030.
Em entrevista à Reuters, Li admite que o maior desafio da marca é adaptar o desenvolvimento de produtos para consumidores da Europa e dos Estados Unidos. Para isso, a empresa criou em 2024 um centro de design europeu.
Especialistas apontam outros obstáculos, como questões sociais, ambientais, políticas e de dados.
“Um dos segredos do sucesso de Inditex e H&M é um modelo de negócios muito baseado em dados. Quando empresas chinesas saem de seu país, precisam aprender sobre esse ambiente praticamente do zero”, afirmou Gabor Holch, da consultoria East-West Leadership.
Já Chengcheng Li, da agência internacional de publicidade SuperHeroes, avalia que a origem chinesa não será uma barreira: “As pessoas hoje não se importam se os produtos vêm da Europa, dos EUA ou da Ásia, contanto que tenham algo que ressoe emocionalmente”.
A FMG também estuda abrir capital. Segundo o CEO, a oferta pública de ações deve ocorrer em breve, embora ainda não haja cronograma definido.
A empresa tem entre seus acionistas minoritários os fundos de capital de risco chineses Hongshan Capital e BA Capital. “É definitivamente algo que vamos fazer, mas ainda não há um calendário específico... pode não estar tão distante”, disse Li à Reuters.