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Risco da Petrobras aumenta com declarações da Halliburton

Custo de proteção contra inadimplência aumentou quando Halliburton disse que espera que a produtora reduza sua frota para reduzir gastos


	Plataforma da Petrobras: reduções na perfuração estão aumentando a preocupação de que a Petrobras não consiguirá cumprir sua meta de mais do que dobrar a produção até 2020
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Plataforma da Petrobras: reduções na perfuração estão aumentando a preocupação de que a Petrobras não consiguirá cumprir sua meta de mais do que dobrar a produção até 2020 (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 15h49.

Rio de Janeiro - A percepção de credibilidade da Petrobras está se deteriorando devido à preocupação de que a produção da empresa estatal de petróleo vai diminuir porque ela está reduzindo suas perfurações para compensar as perdas causadas pelos subsídios ao combustível no Brasil.

O custo de proteger a dívida da Petrobras contra inadimplência com credit-default swaps aumentou 0,14 ponto porcentual, para 2,82 por cento na semana passada, quando a empresa contratada Halliburton disse que espera que a produtora de petróleo reduza sua frota de perfuração neste ano para reduzir gastos. O aumento levou seu prêmio sobre a dívida da Petróleos Mexicanos para 1,34 pontos porcentuais, o valor mais alto em dois meses.

As reduções na perfuração estão aumentando a preocupação de que a Petrobras não consiguirá cumprir sua meta de mais do que dobrar a produção até 2020, segundo a Caracas Capital Markets. A unidade de refino e fornecimento da empresa perdeu US$ 35 bilhões desde que começou a subsidiar importações no começo de 2011 como parte de uma política do governo para conter a inflação na maior economia da América Latina.

“É uma prova de que a companhia não está fazendo o que deveria estar fazendo”, disse Russell Dallen, diretor de operadores da Caracas Capital. “Os investidores em títulos e em empresas de petróleo estão preocupados com a forma em que as coisas estão sendo feitas”.

O departamento de imprensa da Petrobras, com sede no Rio de Janeiro, não quis comentar sobre os planos de perfuração, os subsídios ao combustível e a dívida em uma resposta por e-mail.

Preços ao consumidor

A presidente Dilma Rousseff pretende adiar os aumentos nos preços regulados, como o do combustível, para evitar incrementos adicionais no custo de vida em um ano eleitoral, disseram duas fontes do setor que solicitaram o anonimato porque as discussões não são públicas.


Os preços ao consumidor aumentaram 5,91 por cento nos 12 meses finalizados em dezembro, o maior avanço desde agosto.

O número de torres de perfuração em águas profundas no Brasil caiu para 34 em dezembro, o menor número desde 2010, comparado com 38 um ano atrás e o recorde de 50 torres em junho de 2011, segundo a Baker Hughes, fornecedora de serviços de petróleo que compila dados globais sobre torres de perfuração.

“Os níveis de atividade de perfuração em águas profundas do Brasil estão abaixo das expectativas e se espera que sejam ainda piores durante 2014”, disse o CEO da Halliburton, David Lesar, em uma teleconferência em 21 de janeiro. “Todo o setor de serviços no Brasil está esperando um alívio”.

Perdas dos títulos

Os US$ 2,25 bilhões em títulos da Petrobras com vencimento em 2041 perderam 16 por cento nos últimos doze meses, o pior recuo entre os títulos de companhias de petróleo com grau de investimento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A Petrobras dobrou sua produção doméstica durante a primeira década deste século porque se expandiu para águas mais profundas na Bacia de Campos e previu um crescimento anual de 9,4 por cento até 2014 quando vendeu o recorde de US$ 69,9 bilhões em ações em 2010. Desde então, a produção caiu 3,7 por cento, porque a companhia luta com uma produção reduzida em campos envelhecidos.

Em 2010, o Brasil aumentou o controle da Petrobras sobre o setor exigindo que ela opere todos os projetos novos da chamada região do pré-sal, onde estão as maiores descobertas do país. O primeiro campo leiloado em outubro conforme o modelo, Libra, atraiu apenas um consórcio, remarcando a reserva das empresas estrangeiras de petróleo a trabalhar sob a nova legislação.

“Com a Petrobras, eles precisam liberalizar e permitir que outros entrem”, disse Dallen, da Caracas Capital Markets. “O otimismo inicial das descobertas do pré-sal bateu de frente com as dificuldades tecnológicas e os gastos para ter acesso a essas reservas. Foi uma decepção. Não se espera que as empresas de petróleo funcionem tão mal”.

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