Negócios

Rio Tinto vê demanda por commodities ameaçada por desaceleração

O índice de metais industriais da Bloomberg mostra queda de 40% em relação ao recorde de março

Segundo a mineradora, seus embarques de minério de ferro no terceiro trimestre caíram 1% em relação ao ano anterior (Tony Ashby-Pool/Getty Images/Getty Images)

Segundo a mineradora, seus embarques de minério de ferro no terceiro trimestre caíram 1% em relação ao ano anterior (Tony Ashby-Pool/Getty Images/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 18 de outubro de 2022 às 14h22.

Última atualização em 18 de outubro de 2022 às 14h43.

A Rio Tinto fez outra avaliação pessimista sobre a demanda global por commodities devido aos crescentes riscos de recessão nos Estados Unidos e na Europa e recuperação irregular na China, maior cliente do grupo.

As observações, citadas no relatório de produção do terceiro trimestre da Rio Tinto, destacam que fornecedores de matérias-primas como minério de ferro, cobre e alumínio enfrentam obstáculos mais desafiadores após um ano volátil para os preços. O índice de metais industriais da Bloomberg mostra queda de 40% em relação ao recorde de março, enquanto a cotação do minério de ferro — maior gerador de receita da Rio Tinto — caiu para o menor nível desde 2021.

Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME por menos de R$ 0,37/dia e descubra.

“Temores de recessão surgem com a implementação de aumentos agressivos das taxas de juro nos EUA e na Europa, enquanto um setor imobiliário fraco continua a pesar na economia da China”, disse a Rio Tinto. “A desaceleração da demanda global traz riscos de baixa para as fortes exportações da China, enquanto consumidores permanecem cautelosos frente ao mercado imobiliário.”

A perspectiva pessimista coincide com a importante reunião do Partido Comunista da China, que até agora não sinalizou nenhuma mudança significativa nas principais políticas que afetam a demanda. A Rio Tinto observa mais apoio econômico do governo de Pequim, mas disse que a retomada do crescimento é desigual entre os setores.

Segundo a mineradora, seus embarques de minério de ferro no terceiro trimestre caíram 1% em relação ao ano anterior e agora colocam sua estimativa de produção em 2022 no limite inferior da faixa de projeções, entre 320 milhões e 335 milhões de toneladas. Os números contrastam com os da Vale, que também acaba de divulgar uma atualização trimestral. A mineradora produziu mais do ingrediente siderúrgico do que o esperado.

Crise imobiliária

Os preços de minério de ferro já caíram pela metade em relação ao pico do início do ano. A demanda na China foi impactada por ondas de covid, cortes esporádicos na produção de aço e temores persistentes de que a crise imobiliária do país se deteriore ainda mais.

Projeto de minério

Além do minério de ferro, a Rio Tinto também reduziu as previsões para a produção de cobre este ano devido a possíveis períodos de desaceleração em sua operação Kennecott nos EUA, antes de uma grande reforma planejada para 2023. A empresa agora espera produção entre 190 mil e 220 mil toneladas, abaixo da faixa entre 230 mil e 290 mil toneladas.

Os preços do cobre têm sido atingidos por temores relacionados à demanda global, bem como pelo dólar mais forte, mas também são em parte apoiados por preocupações do lado da oferta, já que o fornecimento das minas está relativamente fraco para alimentar os estoques baixos.

No caso do alumínio, a Rio Tinto disse que a demanda se deteriorou, especialmente na Europa, enquanto embarques nos EUA e Canadá têm resistido e há sinais de melhora na China.

A mineradora também disse que a produção em sua recém-inaugurada mina de Gudai-Darri tem aumentado e que a capacidade total deve ser alcançada em 2023.

Veja também: 

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)EuropaMinério de ferroRio Tinto

Mais de Negócios

Empresas criam rede colaborativa para impulsionar negócios no setor de comunicação

Ninho inaugura primeira loja física do mundo em aeroporto de SP

Dentro da Mastercard: por que o Brasil é peça-chave na revolução dos dados?

Esta startup está usando IA com a promessa de 'executar tarefas melhor do que os médicos'