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Rio Tinto não tem interesse em fazer proposta pela Glencore

No ano passado, a Rio Tinto recusou uma proposta do executivo-chefe da Glencore, Ivan Glasenberg, para uma fusão das duas mineradoras


	Mineradora Rio Tinto: Analistas do setor avaliavam que Glasenberg poderia fazer outra proposta para a Rio Tinto neste ano, mas a forte queda nos papéis da Glencore deixou essa possibilidade em segundo plano, ao menos por ora
 (Divulgação)

Mineradora Rio Tinto: Analistas do setor avaliavam que Glasenberg poderia fazer outra proposta para a Rio Tinto neste ano, mas a forte queda nos papéis da Glencore deixou essa possibilidade em segundo plano, ao menos por ora (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2015 às 16h03.

Londres - O executivo-chefe da Rio Tinto, Sam Walsh, disse que não está interessado em fazer uma proposta de compra pela Glencore, apesar do forte recuo na ação da mineradora anglo-suíça nos últimos meses.

Em entrevista, Walsh afirmou que não acredita que os negócios da Glencore estejam bem alinhados e que a empresa opera em áreas geográficas diferentes que sua própria companhia.

"É uma cultura diferente", comentou ele. Um porta-voz da Glencore não quis comentar o assunto.

No ano passado, a Rio Tinto recusou uma proposta do executivo-chefe da Glencore, Ivan Glasenberg, para uma fusão das duas mineradoras.

Analistas do setor avaliavam que Glasenberg poderia fazer outra proposta para a Rio Tinto neste ano, mas a forte queda nos papéis da Glencore deixou esse plano em segundo plano, ao menos por ora.

Nas últimas semanas, a Glencore teve de responder a preocupações sobre seu endividamento, em meio a especulações de que pudesse ser alvo de uma proposta de compra.

O valor de mercado da companhia recuou para cerca de US$ 26 bilhões, de US$ 61 bilhões no início de 2015.

A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado, é um dos poucos agentes que poderiam fazer essa proposta pela concorrente. Walsh, porém, descartou essa hipótese, apontando para a estrutura da Glencore.

Diferentemente de outras grandes mineradoras, a Glencore tem um grande braço de negociações, que possui quase US$ 18 bilhões em dívida de curto prazo e compra e vende commodities pelo mundo.

A empresa é vista em geral como mais agressiva e mais propensa a assumir riscos, em comparação com outras gigantes da mineração. A Glencore opera em regiões instáveis, como a República Democrática do Congo, onde possui várias minas de cobre.

A estratégia mostrou-se bem-sucedida durante o boom das commodities, mas a empresa ficou pressionada com a forte queda no cobre, no carvão e em outras commodities que ela produz e vende.

Em setembro, a Glencore anunciou o fechamento temporário de duas minas de cobre que não davam lucro na África.

As ações da companhia sofreram, conforme os investidores mostravam-se mais preocupados com seu alto endividamento.

A Glencore anunciou em setembro planos para reduzir sua dívida líquida em US$ 10 bilhões, o que seria uma proteção mesmo no caso de recuos maiores nas commodities.

Inicialmente os investidores mostraram-se céticos, o que levou a ação a cair quase 30% em 28 de setembro, maior queda diária no papel da empresa desde que ela passou a ser negociada, em 2011.

A ação reagiu desde então, mas permanece volátil, caindo 2,5% na Bolsa de Londres nesta terça-feira, em um dia negativo para as mineradoras.

As ações da Rio Tinto se saíram melhores que a maioria das outras mineradoras, em parte porque a mineradora anglo-australiana tem endividamento relativamente baixo.

No primeiro semestre, a Rio Tinto tinha US$ 13,7 bilhões em dívida líquida, enquanto a Glencore tinha quase US$ 30 bilhões.

As ações da Rio Tinto recuaram 19% nos últimos 12 meses, enquanto as da Glencore tiveram queda de 64%. O papel da BHP Billiton recuou 18% no mesmo período. 

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