Imagem: Divulgação/BIP
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Publicado em 3 de setembro de 2025 às 14h46.
Última atualização em 3 de setembro de 2025 às 15h02.
O Rio de Janeiro foi classificado como uma cidade promissora para receber investimentos em data centers sustentáveis, segundo um estudo da consultoria Bip. A análise atribuiu à cidade nota média de 3,5 em uma escala de 1 a 5.
O levantamento avaliou seis dimensões de atratividade, como conectividade, segurança, energia e regulação, e revelou alguns pontos fortes do Rio, como infraestrutura de cabos submarinos, que garantem múltiplas rotas internacionais de conexão, e o baixo risco de desastres naturais, especialmente na Barra da Tijuca.
Para especialistas, a notícia veio em bom momento: a demanda global por polos verdes de dados deve triplicar até 2035, segundo a McKinsey.
Hoje, o país abriga 188 data centers, sendo que o estado de São Paulo lidera com 65 deles. Nesse cenário, os resultados do estudo podem significar uma oportunidade para que o Rio se consolide como um novo espaço para que empresas da economia digital ampliem sua presença no país.
Também há entraves nesse processo, como a regulação sobre Uso de Dados e IA, regulamentação favorável para investimentos e incentivos fiscais e gargalos de conexão à rede elétrica. Para transformar o potencial em realidade, o estudo da Bip aponta algumas iniciativas:
Eduardo Pozzi, diretor da Bip Consultoria, alerta que as decisões devem ser tomadas rapidamente. “Eu sou muito otimista que a gente não vai perder essa onda”, diz ele.
Imagem: Divulgação/Bip
O setor de data centers movimenta investimentos bilionários e de longo prazo. Mas exige estabilidade regulatória, energia abundante e mão de obra qualificada.
Pozzi afirma que o Rio reúne esses elementos, mas precisa agir antes que concorrentes internacionais ocupem o espaço. Se acertar o passo, a cidade pode diversificar sua economia e se projetar como um dos polos mais relevantes de data centers sustentáveis da América Latina. Caso contrário, corre o risco de assistir a mais uma oportunidade estratégica escapar.
A boa notícia é que um fator coloca o Brasil em destaque. Enquanto países do Oriente Médio se apoiam no gás e no petróleo para viabilizar seus centros digitais, o Brasil parte de uma vantagem competitiva rara: a matriz elétrica mais descarbonizada do mundo. Mais de 80% da energia elétrica brasileira provêm de fontes renováveis, o que faz do país um terreno fértil para a implantação de data centers verdes
“O Brasil pode ser atrativo e em abundância de energia renovável. Então, quando a gente considera esse atributo verde, a gente se destaca ainda mais”, afirma.
De acordo com o estudo da Bip, a disponibilidade de energia renovável recebeu nota máxima (5,0). O desafio, porém, está em transformar abundância em acesso.