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Retornos com aeroporto levam Invepar a planejar mais ofertas

A companhia está planejando fazer ofertas por mais contratos porque os retornos para administrar o Aeroporto de Guarulhos superam suas expectativas


	Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo: o aeroporto está oferecendo retornos reais de mais de 11% aos investidores, que pagaram quase cinco vezes a oferta mínima para administrá-lo
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo: o aeroporto está oferecendo retornos reais de mais de 11% aos investidores, que pagaram quase cinco vezes a oferta mínima para administrá-lo (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 13h06.

São Paulo - A Invepar, a companhia que pagou US$ 9,4 bilhões para administrar o aeroporto internacional de São Paulo, está planejando fazer ofertas por mais contratos porque os retornos para operar as instalações superam suas expectativas.

O aeroporto de Guarulhos, localizado perto da cidade de São Paulo, está oferecendo retornos reais de mais de 11 por cento aos investidores, segundo o presidente Gustavo Rocha. No ano passado, as companhias aéreas, que agora estão usando aviões maiores, reduziram voos e concentraram o restante em aeroportos grandes, incluindo Guarulhos, para pouparem dinheiro.

Cerca de 10 por cento de passageiros a mais passaram por Guarulhos no ano passado, comparados com uma queda de 3 por cento no aeroporto Galeão do Rio de Janeiro, disse Rocha.

"Guarulhos se mostrou um grande ativo do ponto de vista do defensivo", disse Rocha em uma entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo. "O próprio crescimento que a gente está tendo nesses dois anos está muito positivo. Foi acima, bem acima das expectativas".

O sucesso de Guarulhos, o primeiro de três aeroportos brasileiros leiloados para investidores privados em 2012, ajudará a predizer se contratos futuros de infraestrutura serão rentáveis, disse Marcel Kussaba, diretor de pesquisa em ações da Quantitas Asset Management.

A Invepar pagou R$ 16,2 bilhões de reais (US$ 9,4 bilhões), quase cinco vezes a oferta mínima, para administrar Guarulhos por vinte anos, levando analistas da Raymond James Financial Inc. e da UBS AG a dizerem que a companhia pagou em excesso.


Mudanças na gestão

“O dinheiro que eles ganham poderia impulsionar as perspectivas para projetos de infraestrutura aos olhos de outras companhias e levá-las a serem mais agressivas ou não na hora de ofertarem por outras licenças”, disse Kussaba, em entrevista por telefone de Porto Alegre.

“Os bons resultados iniciais em Guarulhos vêm de melhorias na gestão, o que mostra que o espaço para lucrar com tais projetos simplesmente fazendo esse tipo de ajustes no começo poderia ser maior do esperado”.

A companhia sediada no Rio de Janeiro, cujo nome completo é Investimentos e Participações em Infra-Estrutura, está procurando mais contratos para aeroportos enquanto diversifica sua carteira de estradas com pedágios e metrô. A Invepar alinha bancos enquanto estuda a possibilidade de realizar uma abertura de capital em São Paulo, disse Rocha, que não quis dar detalhes.

A Invepar é uma companhia de capital fechado dividida equitativamente entre a OAS SA, do bilionário César Mata Pires, e três fundos brasileiros de pensões para funcionários. A receita da Invepar ultrapassou R$ 4 bilhões conforme as Normas Internacionais de Contabilidade IFRS, segundo Gustavo Zeno, gerente executivo de relações com investidores da companhia.


‘Fluxo de receita’

"Trata-se de uma receita mais diversificada, você tem outras fontes de receita, você não fica refém da receita tarifaria, você não fica refém de política tarifaria", disse Rocha.

O aeroporto de Guarulhos, que representará um terço do negócio da Invepar, planeja abrir um novo terminal em maio, a tempo para a Copa do Mundo, para cujos jogos se estima que 600.000 turistas estrangeiros e 3 milhões de turistas domésticos voem para assistir aos jogos em 12 cidades no País.

A Invepar administra Guarulhos, que recebe cerca de 35 milhões de passageiros por ano, em parceria com a Airports Co. South Africa, sediada em Johanesburgo. Em novembro, o grupo não conseguiu obter uma licença para administrar o aeroporto Galeão do Rio de Janeiro.

Em dezembro, a Invepar ganhou um leilão para operar a rodovia BR-163, a quinta no Programa de Investimentos em Logística para estradas do governo. Espera-se que mais estradas sejam leiloadas neste ano, e Rocha disse que a Invepar também está interessada nelas. Não há leilões de aeroportos programados para este ano.

Quando a companhia obteve o contrato para Guarulhos, "A gente conseguiu ver oportunidades que os outros não viram naquele momento, estamos tendo a capacidade de fazer as oportunidades se tornar realidades rapidamente”, disse Rocha.

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