P&G: a empresa opera em vários mercados politicamente voláteis, onde o consumo está baixo (Germano Lüders/Exame)
Reuters
Publicado em 19 de abril de 2018 às 11h05.
A Procter & Gamble, maior produtora mundial de produtos de consumo, divulgou nesta quinta-feira resultado trimestral um pouco melhor do que o esperado, e disse que a redução dos estoques dos varejistas e custos maiores de commodities e transporte reduziram as margens.
Além disso, a P&G anunciou que acertou a compra da unidade de produtos de consumo para saúde da Merck KGaA por cerca de 3,4 bilhões de euros, dando-lhe acesso a marcas de vitaminas como Seven Seas e maior exposição aos mercados da América Latina e Ásia.
A P&G também anunciou o término da joint venture PGT Healthcare, em parceria com a Teva Pharmaceutical Industries, dizendo que suas prioridades e estratégias não estão mais alinhadas com as da Teva.
A fabricante das fraldas Pampers e das lâminas Gillette disse que espera que o crescimento de vendas orgânicas no ano fique na parte de baixo da faixa entre 2 a 3 por cento. De maneira geral, a P&G disse que espera que as vendas subam cerca de 3 por cento, incluindo aquisições e alienações.
As empresas norte-americanas de produtos embalados, que já enfrentam uma demanda menor e tensões de preço com os varejistas, começaram recentemente a sinalizar preços mais altos de commodities e transporte. As ferrovias e as frotas de caminhões elevaram os preços em meio à escassez de motoristas, capacidade reduzida, preços mais altos dos combustíveis e fortalecimento da economia dos EUA.
As vendas estão sob pressão de preços mais baixos, estoques cada vez mais apertados e crescimento de marcas próprias de varejistas, incluindo o Walmart e o Target Corp, disse o diretor financeiro Jon Moeller em uma teleconferência com jornalistas.
A P&G opera em vários mercados politicamente voláteis, onde o consumo está baixo, incluindo Egito, Brasil e Nigéria, acrescentou Moeller.
A margem bruta reportada diminuiu em 1 ponto percentual no terceiro trimestre encerrado em 31 de março. O lucro líquido atribuível à companhia caiu para 2,51 bilhões de dólares, ou 0,95 dólar por ação. Um ano antes, a empresa lucrou 2,52 bilhões de dólares, ou 0,93 dólar por ação.
Excluindo itens, a empresa teve lucro de 1 dólar por ação, superando a estimativa média de analistas, de 0,98 dólar por ação, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S.
As vendas líquidas subiram 4,3 por cento, para 16,28 bilhões de dólares, impulsionadas pela demanda por produtos de cuidados com a pele Olay e SK-II, bem como produtos para tecidos e produtos para o lar, como o Febreze. Analistas esperavam 16,21 bilhões de dólares, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.