Para o presidente do Grupo Reserva, Rony Meisler, o investimento na TROC é voltado a aumentar a sustentabilidade do grupo. (Germano Lüders/Exame)
Karin Salomão
Publicado em 7 de outubro de 2020 às 16h30.
O Grupo Reserva acaba de anunciar um investimento na TROC, startup curitibana de revenda online de roupas e acessórios premium, que deve ser incorporada ao grupo. As empresas não abrem o valor do investimento. A transação irá permitir que a TROC entre no mercado de roupa masculina. Desde 2016, eram vendidas apenas peças para o público feminino e infantil. Para a Reserva, a novidade permite que clientes troquem peças usadas por descontos em novas compras em sua loja, por meio da solução de logística reversa TROC RAAS.
Para o presidente do Grupo Reserva, Rony Meisler, o investimento na TROC é voltado a aumentar a sustentabilidade do grupo. "Nós acreditamos que a moda do futuro é circular e sustentável. Hoje nós temos orgulho de anunciar essa parceria rumo a um futuro cada dia mais consciente, juntando nossas expertises para tirar do papel a economia circular", afirma. Para a fundadora e presidente da TROC, Luanna Toniolo, "o mercado de revenda no Brasil está apenas iniciando e tem um potencial gigante pela frente".
A TROC faz todo o trabalho para quem deseja vender as peças na plataforma. Em São Paulo e Curitiba, a startup retira as peças na casa dos clientes e nas demais regiões envia um código de postagem gratuita.
Então, analisa se as peças estão dentro dos padrões da plataforma, fotografa e coloca à venda no site. A cliente consegue acompanhar todo o status de venda das peças e a plataforma faz a divisão automático do percentual de pagamento que vai para a cliente e para a empresa. Quem vender as peças de acordo com os padrões da startup recebe 20% de desconto para gastar na próxima compra da Reserva.
Na mesma tendência de ter um negócio mais sustentável, a Reserva lançou uma coleção feita a partir de sobras de tecido da produção nas fábricas, com pólo, camiseta e bermuda.
Em vez de descartados, os tecidos foram reciclados, passando pelo processo de serem desfibrados e tecidos novamente. As peças oferecem conforto, com leveza e toque macio, mas aparência rústica, que lembra que essa peça tem uma história, diz a empresa.
A economia circular tem conquistado cada vez mais empresas. No lugar de descartar os produtos após o uso - ou mesmo antes, como no caso das sobras de tecido na Reserva - esses materiais ganham novos formatos e significados. Esse novo sistema pode levar a ganhos de até 4,5 trilhões de dólares na próxima década, mais do que o PIB da Alemanha, caso fosse disseminada na maior parte do PIB mundial.
Metade do valor seria resultado da redução de custos, e a outra metade viria de receitas com novas tecnologias para tratar o lixo ou, ainda, da valorização de mercado dos negócios tidos como circulares.