Negócios

Renova Energia pede recuperação judicial com dívida de R$3,1 bi

Movimento acontece após o fracasso neste mês de uma tentativa da companhia de vender à AES Tietê seu parque eólico Alto Sertão III

Energia eólica: criada em 2001, a Renova chegou a ser vista como uma das mais promissoras empresas do setor de energia limpa do Brasil (Paulo Whitaker/Reuters)

Energia eólica: criada em 2001, a Renova chegou a ser vista como uma das mais promissoras empresas do setor de energia limpa do Brasil (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 16 de outubro de 2019 às 09h22.

Última atualização em 16 de outubro de 2019 às 09h27.

São Paulo — A Renova Energia, empresa de geração limpa que tem entre seus controladores a estatal mineira Cemig, entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, informou a companhia em comunicado.

O pedido de recuperação judicial contempla obrigações totais de 3,1 bilhões de reais, sendo 834 milhões correspondentes a débitos "intercompany" e 980 milhões de reais a débitos com os atuais acionistas.

O movimento acontece após o fracasso neste mês de uma tentativa da companhia de vender à AES Tietê seu parque eólico Alto Sertão III, que está paralisado por falta de recursos após 90% das obras concluídas. O empreendimento ainda tem uma dívida de quase 1 bilhão de reais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Criada em 2001, a Renova chegou a ser vista como uma das mais promissoras empresas do setor de energia limpa do Brasil e atraiu em 2011 aportes da Cemig e de sua então controlada Light, que queriam utilizar a companhia como veículo para expansão em renováveis.

Mas a empresa passou a sofrer dificuldades após o fracasso em 2015 de uma associação com a norte-americana SunEdison, o que levou a um longo processo de reestruturação e vendas de ativos.

Após o mais recente contratempo, com o fim das negociações com a AES Tietê, a Light, que não é mais controlada pela Cemig desde uma oferta de ações em julho, anunciou na segunda-feira que vendeu sua fatia de 17% na Renova por 1 real ao fundo CG 1, que reúne participações em empresas dos fundadores da Renova, Ricardo Lopes Delneri e Renato do Amaral.

Nesta quarta-feira, a Renova disse que o plano de recuperação "pretende restabelecer seu equilíbrio econômico-financeiro e honrar os compromissos assumidos com seus diversos stakeholders e, em um futuro próximo, retomar uma trajetória de crescimento sustentável, dentro das reais possibilidades operacionais e financeiras da Renova e de seus acionistas".

O bloco de controle da Renova é formado pela Cemig e pelo fundo CG I, dos fundadores da companhia, que ainda tem como acionistas relevantes o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar), com 5% do capital, e o FIP Caixa Ambiental, com 3,93%.

Acompanhe tudo sobre:CemigMeio ambienteEnergiaLightRecuperações judiciaisEnergia eólica

Mais de Negócios

Depois da Shein, França denuncia seis sites por venda de itens ilícitos

Distribuidora de lubrificantes azeita expansão com sua nova sede no PR

Do Piauí ao mundo: Como um colégio de Teresina virou referência em aprovações no ITA e no exterior

Como uma marca de jeans saiu de US$ 100 mil para US$ 16 mi sem gastar com anúncios