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Renault se preocupa com métodos da Nissan na investigação sobre Ghosn

Práticas incluem até revistas nos apartamentos do executivo, "onde podiam ser encontrados documentos da empresa francesa"

Carlos Ghosn, presidente da Nissan (Toshifumi Kitamura/AFP) (Toshifumi Kitamura/AFP/AFP)

Carlos Ghosn, presidente da Nissan (Toshifumi Kitamura/AFP) (Toshifumi Kitamura/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 10 de fevereiro de 2019 às 09h15.

Paris - Os advogados da Renault enviaram uma carta ao grupo japonês Nissan para mostrar preocupação com os "excessos nos métodos" da firma e de "seu conselho jurídico para dirigir a investigação interna" sobre o ex-presidente, Carlos Ghosn.

Em carta enviada à Nissan e publicada neste domingo no jornal "Le Journal Du Dimanche" (JDD), os advogados insistem que oferecem "apoio total na busca de possíveis más práticas no seio da Aliança Renault-Nissan", mas denunciam "a forma na qual foram tratados alguns funcionários da Renault".

Trata-se de uma carta de 10 páginas nas quais os advogados do fabricante francês lamentam não ter sido informados anteriormente e de forma argumentada sobre a operação lançada contra Ghosn, preso desde o final de novembro no Japão.

Práticas que prejudicam o espírito do acordo de cooperação entre ambas, disseram.

A representação jurídica da Renault estima que seu parceiro e o conselho deste buscaram elementos na França para assegurar a acusação contra Ghosn depois da detenção e sem informar a empresa antes.

Práticas vão até revistas nos apartamentos do presidente da Renault, "onde podiam ser encontrados potencialmente documentos da empresa francesa".

"A Renault acumulou suficientes provas para compreender e lamentar quais eram os métodos utilizados pela Nissan e seus advogados para tentar interrogar os empregados através do escritório do Promotor japonês", recriminam os advogados.

Ghosn, à frente de Renault desde 2005, foi detido em Tóquio no dia 19 de novembro. Após sua detenção, foi afastado da presidência da Nissan e da Mitsubishi, e no final de janeiro apresentou sua demissão à Renault.EFE

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