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Renault não vê problemas em remuneração de Ghosn e o mantém na presidência

A missão interna de verificação para examinar a remuneração durante o mandato 2015-2018 de Ghosn concluiu que "por enquanto, tudo está dentro dos conformes"

Carlos Ghosn: o departamento jurídico não chegou a nenhuma conclusão sobre ocultação de renda (Regis Duvignau/Reuters)

Carlos Ghosn: o departamento jurídico não chegou a nenhuma conclusão sobre ocultação de renda (Regis Duvignau/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 16h07.

Última atualização em 13 de dezembro de 2018 às 17h51.

Paris - O Conselho de Administração da Renault decidiu manter o brasileiro Carlos Ghosn como presidente-executivo do grupo automobilístico francês porque, por enquanto, não encontrou irregularidades em sua remuneração, mas continuará suas investigações com base nos elementos de suspeita que lhe foram proporcionados por sua sócia, a japonesa Nissan.

A missão interna de verificação que o Conselho encarregou em 23 de novembro para examinar os diversos elementos da remuneração durante o mandato 2015-2018 de Ghosn - que está preso no Japão por acusações de ocultar pagamentos milionários da Nissan - concluiu que "por enquanto, tudo está dentro dos conformes", disse nesta quinta-feira à Agência Efe um porta-voz da companhia.

Isso significa que os valores e modalidades de remuneração que Ghosn recebeu como presidente da Renault estão de acordo com as disposições legais e com as recomendações da patronal francesa sobre os salários dos diretores.

Em paralelo, os advogados da Renault receberam "muito recentemente" de parte de seus sócios da Nissan elementos nos quais se baseiam as suspeitas da fabricante japonesa de que o executivo não declarou parte da sua renda no Japão.

O departamento jurídico do grupo francês não chegou a nenhuma conclusão até o momento com base nessas informações e os administradores pediram um aprofundamento da análise.

A Renault insistiu que "não dispõe de informações" sobre os elementos que sustentam a defesa de Ghosn frente às acusações que pesam sobre ele.

Assim, a companhia francesa optou por "manter o dispositivo atual de governança", que foi ativado em 20 de novembro, até a próxima reunião do Conselho, cuja data não foi divulgada.

Isso implica que, formalmente, Ghosn segue ostentando os cargos de presidente e executivo-chefe, mas, devido à sua detenção no Japão, ele está "impedido temporariamente" de exercer na prática a direção da companhia.

Desde então, o comando da empresa está nas mãos de Thierry Bolloré, que já era o diretor-geral adjunto antes do escândalo envolvendo Ghosn vir à tona, enquanto Philippe Lagayette preside de forma interina o Conselho de Administração.

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