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Remando contra a maré, Toyota aposta em controle humano

Para a montadora, o objetivo de transferir todas as decisões da direção para computadores parece muito perigoso por enquanto

Toyota: a montadora mostra ceticismo em relação à expectativa criada pela Tesla Motors Inc. e empresas de tecnologia (Toru Hanai/Reuters)

Toyota: a montadora mostra ceticismo em relação à expectativa criada pela Tesla Motors Inc. e empresas de tecnologia (Toru Hanai/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 21h44.

Última atualização em 5 de janeiro de 2017 às 21h46.

Chicago - A Toyota Motor Corp. planeja passar anos projetando carros cujo controle ficará a maior parte do tempo nas mãos de humanos.

Para a montadora, o objetivo de transferir todas as decisões da direção para computadores parece muito perigoso por enquanto.

O problema, segundo a Toyota, é que a sociedade pode até aceitar que 39.000 mortes por acidentes de trânsito ocorram nos Estados Unidos todos os anos, a maior parte causada por erro humano, mas nunca iria tolerar uma carnificina semelhante envolvendo carros controlados por computadores, destacou a montadora na quarta-feira.

A Toyota mostra ceticismo em relação à expectativa criada pela Tesla Motors Inc. e empresas de tecnologia lideradas pela Alphabet, controladora do Google, sobre a iminente chegada de carros completamente autônomos.

“Nenhum de nós, nas indústrias automotivas ou de TI, está próximo de alcançar o verdadeiro Nível 5 de autonomia”, disse Gill Pratt, presidente do Toyota Research Institute, em referência à capacidade de um carro de dirigir sozinho sem qualquer intervenção humana.

“Serão necessários anos de aprendizado da máquina e muitas milhas a mais do que qualquer pessoa tenha calculado tanto em testes simulados quanto no mundo real para atingir a perfeição necessária”, disse Pratt em Las Vegas, durante uma apresentação na CES, conhecida anteriormente por Feira de Eletrônicos de Consumo.

A montadora investiu US$ 1 bilhão em 2015 no Toyota Research Institute com o objetivo de recrutar os melhores cérebros em inteligência artificial, robótica e ciências dos materiais dos Estados Unidos. Pratt trabalhou anteriormente como engenheiro de robótica para o Exército americano.

‘Surpreendentemente sóbria’

“Foi uma visão surpreendentemente sóbria e realista dos desafios que os veículos autônomos enfrentam”, disse Mike Dovorany, analista da The Carlab, consultoria de desenvolvimento de veículos com sede em Orange, na Califórnia. “Merecem elogios.”

A Tesla disse em outubro que começaria a fabricar todos os seus veículos equipados com hardware necessário para completa autopilotagem.

A Alphabet criou uma empresa para seu projeto de carro do Google, agora batizado de Waymo, e apresentou uma minivan completamente autônoma, a Chrysler Pacifica Hybrid, no mês passado.

Pratt disse que, por enquanto, a Toyota e a maioria das montadoras vão focar no que a SAE International, sociedade de engenharia global, chama de Nível 2 de autonomia.

Nesse nível, os computadores têm algum controle sobre a direção, freio e acelerador, enquanto os humanos permanecem com a maior parte do comando.

Controle humano

A porcentagem de decisões de direção que os computadores podem tomar aumentará com o tempo e, no Nível 3, o trabalho dos humanos seria o de se manter a postos para reassumir o controle durante uma emergência.

É uma tarefa difícil, disse Pratt, já que a atenção dos motoristas tende a se desviar após quilômetros de uma operação aparentemente segura.

Pratt disse que não sabe com certeza ou quando, mas a Toyota e outras montadoras podem pular diretamente para o chamado Nível 4 de autonomia.

Nesse nível, os computadores retêm o controle da maioria das decisões de direção, mas apenas em rodovias especificamente destinadas e aprovadas para esse propósito.

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