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Relação custo-receita deve melhorar em 2015, diz FenaSaúde

A manutenção do aumento do uso e frequência vista neste exercício devem ser as principais fontes de equilíbrio


	Carteirinhas de planos de saúde: para 2015, a expectativa da Fenasaúde é de que o segmento de saúde suplementar cresça entre 2,7% e 3,3%
 (Agência Brasil)

Carteirinhas de planos de saúde: para 2015, a expectativa da Fenasaúde é de que o segmento de saúde suplementar cresça entre 2,7% e 3,3% (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 13h19.

São Paulo - O ano de 2015 tende a ser mais equilibrado em termos de receitas e despesas no setor de saúde, com a manutenção do aumento do uso e frequência (sinistralidade) vista neste exercício, na opinião do presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e da Bradesco Saúde, Marcio Coriolano.

Não significa, porém, que as margens para seguradoras e operadoras serão melhores, mas que os custos tendem a crescer em um ritmo menor, proporcionando que os ganhos avancem mais, conforme ele.

Em 2014, o setor de saúde suplementar, de acordo com Coriolano, foi novamente impactado pelo aumento da inflação médica. No período de 2007 a 2013, enquanto as receitas do segmento avançaram 108,3%, as despesas cresceram 119,6%.

"Este ano tivemos piora da sinistralidade e, com isso, a lucratividade diminuiu, mas as estratégias adotadas pelas seguradoras e operadoras como negociação com prestadores de serviços e gestão dos planos devem garantir um ponto de equilíbrio muito mais alto no setor de saúde", afirmou Coriolano, em conversa com a imprensa, nesta manhã.

Sobre crescimento, o presidente da FenaSaúde afirmou, conforme antecipado pelo Broadcast na segunda-feira, que o setor de saúde suplementar encerrar 2014 com crescimento de 3% em número de beneficiários, alcançando perto de 72,2 milhões de vidas. Hoje, são mais de 50 milhões de beneficiários no setor. O crescimento, contudo, se concretizado, será abaixo do visto no ano passado, de 4,6%.

Apesar de menor, a projeção, conforme Coriolano, é positiva considerando o cenário macroeconômico que ainda deve ser de baixo crescimento no próximo exercício.

O motor para tal patamar de expansão, de acordo com o especialista, são as pequenas e médias empresas, uma vez que as grandes companhias já ofertam o benefício do seguro saúde para os seus colaboradores.

Para 2015, a expectativa da Fenasaúde, é de que o segmento de saúde suplementar cresça entre 2,7% e 3,3%. "A ampliação da fronteira com o crescimento de planos de saúde no Norte, Centro-Oeste e Nordeste explica também a sustentação desse crescimento. A taxa de desemprego não está aumentando e as pessoas estão mantendo seu nível de renda", explicou Coriolano, ao ser questionado sobre o impacto do aumento do desemprego em meio a um movimento de demissões em 2015, principalmente, do setor automobilístico.

A tendência é, conforme ele, que as empresas adotem cada vez mais o método de coparticipação, no qual os colaboradores contribuem com parte dos custos de determinados procedimentos, ao invés de deixar de oferecer o benefício.

A adoção desse modelo, muito utilizado nos Estados Unidos e em outros países, tem crescido, segundo o executivo, como uma tentativa de esses grupos controlarem os custos cada vez mais altos no segmento de saúde suplementar.

VGBL Saúde

A FenaSaúde espera que em 2015 o projeto de criar um plano de previdência com destinação de recursos para a saúde e isenção de imposto de renda, o chamado VGBL saúde, avance ainda que pese um maior aperto fiscal por parte do governo, segundo o diretor-executivo da FenaSaúde, José Cechin.

"O impacto fiscal é muito pequeno perto dos benefícios deste produto. É perfeitamente factível colaboradores e empresas contribuírem para um plano que vai ajudar a custear os custos de saúde de pessoas quando deixarem o mercado de trabalho", explicou ele.

Há hoje, de acordo com Cechin, duas iniciativas no âmbito de tirar do papel o VGBL Saúde. A primeira, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), e a segunda, um projeto de lei 7.052/14 que tramita no Congresso Nacional.

Ambos têm o mesmo objetivo e, portanto, qualquer um que avance, segundo Cechin, é positivo para o segmento de saúde tanto do lado suplementar como no público.

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