Rupert Murdoch: Disney esperava que Murdoch teria 100 por cento da emissora europeia até o momento de conclusão da compra (Justin Sullivan/Getty Images/AFP/Getty Images)
Reuters
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 10h33.
Londres - A aquisição da Sky por Rupert Murdoch por 15,7 bilhões de dólares não é de interesse público e deve ser barrada a menos que se encontre uma forma de impedir que o magnata de mídia influencie a produção de notícias da rede de televisão, informou o órgão regulador do Reino Unido.
A decisão inicial compromete um plano separado da WaltDisney de comprar a maioria dos ativos de Murdoch, incluindo a Sky.
A Disney esperava que Murdoch teria 100 por cento da emissora europeia até o momento de conclusão da compra.
A Twenty-First Century Fox, de Murdoch, firmou em dezembro de 2016 um acordo para comprar os 61 por cento da Sky que ainda não detém, reacendendo uma disputa política no Reino Unido sobre a influência que o magnata exerce por meio dos jornais Sun e Times e sua participação na Sky, maior plataforma de TV paga.
Críticos do acordo argumentam que Murdoch pode influenciar a produção editorial da Sky News, um canal 24 horas deficitário, porém premiado. A Sky alertou que se o acordo fosse rejeitado por causa da Sky News, poderia fechar o canal.
O governo britânico, que tomará uma decisão final sobre o acordo, pediu à Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) que julgue se Murdoch tem muita influência no Reino Unido e se defende os padrões televisivos.
"Nós averiguamos provisoriamente que se a fusão Fox/Sky seguir em frente conforme proposto vai contra o interesse público", disse nesta terça-feira Anne Lambert, da CMA.
"Resultaria na família Murdoch tendo muito controle sobre provedores de notícias no Reino Unido, e muita influência sobre a opinião pública e a agenda política."