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Reestruturação da dívida da Tupy foi desgastante

O executivo Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, de 43 anos, era presidente da Previ, a maior acionista da Tupy, antes de assumir o leme da fundição, em janeiro de 2003. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, ele foi superintendente da Unidade de Finanças do banco, além de presidente do conselho da Companhia Vale do Rio […]

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 19h10.

O executivo Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, de 43 anos, era presidente da Previ, a maior acionista da Tupy, antes de assumir o leme da fundição, em janeiro de 2003. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, ele foi superintendente da Unidade de Finanças do banco, além de presidente do conselho da Companhia Vale do Rio Doce entre 2001 e 2002. O que o tornou talhado para a função de equacionar a dívida da Tupy, de aproximadamente 850 milhões de reais, é o fato de ele ter sido o coordenador-geral de administração da dívida pública entre 1995 e 1996. "O que diferencia muito as duas situações é que a dívida da Tupy pode ser associada de forma mais objetiva às perspectivas e ao futuro de milhares de colaboradores e seus familiares, muitos dos quais eu vejo diariamente", diz Tarquínio. "Os efeitos da dívida pública são menos perceptíveis e raramente associados a pessoas ou grupos em particular."

Em razão dessa intimidade com as maiores vítimas de problemas na empresa, o ano de 2003 foi exaustivo para o executivo. Os credores financeiros, fornecedores e acionistas controladores foram procurados para aderir a um projeto de reestruturação financeira, primeiro passo para permitir a implementação de outras mudanças necessárias para garantir o futuro da companhia. Após extensa negociação, foi assinado um novo acordo da dívida com os credores no dia 4 de dezembro de 2003. Os termos e as condições gerais do Acordo de Reestruturação Financeira são os seguintes:

a) refinanciamento de operações bilaterais e sindicalizadas no valor de 428 milhões de reais, pelo prazo total de oito anos, incluindo dois anos de carência para pagamento do principal;

b) repactuação de operação de financiamento de ativos fixos junto ao BNDES no valor de 51 milhões de reais, também pelo prazo de oito anos. Não há carência para pagamento do principal. As parcelas de amortização, no entanto, são crescentes, resultando em prazo médio semelhante ao negociado com os bancos privados;

c) reestruturação de 87 milhões de reais em empréstimos contraídos junto aos acionistas, por meio da subscrição de debênture conversível subordinada de prazo igual a oito anos;

d) injeção de caixa de 138 milhões de reais por meio da subscrição de títulos de curto prazo, a serem permutados por debêntures conversíveis da espécie mencionada acima;

e) liberação pelos credores financeiros da totalidade dos saldos bancários retidos (39 milhões de reais) em contas-caução vinculadas a operação de crédito atingidas pelo Acordo de Reestruturação Financeira.

Como conseqüência desse acordo, a distribuição dos vencimentos da dívida modificou-se substancialmente, sendo que, no final de 2003, 82% da dívida bancária já tinha sido reestruturado.

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