Subway: só no ano passado foram 340 inaugurações, para um total de 1.388 lojas em dezembro (Xando Pereira/Veja)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 07h22.
São Paulo - O apetite do brasileiro pelo fast food é tão grande que mesmo redes estabelecidas no País há décadas, como o McDonalds e o Bobs, buscam acelerar sua expansão para ocupar espaços antes de novatas como a Subway e o Burger King.
Enquanto o McDonalds abriu um total de 178 pontos de venda em 2013 - 85 restaurantes e 93 quiosques de sorvetes -, o Bobs diz ter inaugurado 140 unidades no País, mas não revela a proporção de quiosques e lanchonetes.
A disputa no mundo das refeições rápidas agora é pela conquista das cidades menores e também das periferias das principais capitais. Com lojas mais compactas, que exigem um investimento relativamente pequeno, a partir de R$ 250 mil, o Subway tem liderado a expansão regional.
Só no ano passado foram 340 inaugurações, para um total de 1.388 lojas em dezembro. Para 2014, as expectativas da empresa seguem fortes, com a meta de abrir pelo menos mais 360 pontos de venda.
Os pequenos municípios estão no radar de Roberta Damasceno, gerente nacional da Subway no Brasil. Com 14 agentes de desenvolvimento regional, a rede está apostando em pontos alternativos, como postos de gasolina e terminais rodoviários.
Cabemos em espaços a partir de 40 metros quadrados. O planejamento é bastante agressivo. Nossa meta é chegar a 8 mil unidades em dez anos. Ainda faltam 7 mil, diz a executiva.
Uma tendência forte entre as redes tradicionais são os quiosques. Tanto é assim que o McDonalds abriu mais unidades deste tipo do que restaurantes de maior porte. Segundo fontes do mercado de food service, o apetite pelo formato mais compacto é consequência direta da margem mais alta do sorvete em comparação aos hambúrgueres.
Ter uma operação de gelados consolidada é uma vantagem competitiva de Bobs e McDonalds, que são citados pelo mercado como os mais fortes deste segmento.
Segundo Sergio Molinari, sócio-diretor da área de food service da consultoria em varejo Gouvêa de Souza, como o sorvete é um produto relativamente barato, acaba sendo uma opção de consumo para a classe C mesmo na época do mês em que o salário já acabou.
A pessoa não vai fazer a conta para saber que aquele sorvete de R$ 4 teve um custo total para a rede de R$ 1, diz o especialista. No mundo do fast food, o fator custo-benefício conta muito pouco. O que importa é caber no bolso.
Transporte
Diante de tanta expansão, aumenta a pressão sobre os operadores logísticos do setor. Hoje, sobraram três grandes concorrentes nesta área: Martin Brower (que atende Subway, Bobs e McDonalds), Fast&Food (Burger King e China in Box) e Comfrio (Outback e Starbucks).
A escala é fundamental, pois os custos de transporte são altos no Brasil, diz José Augusto Santos, diretor comercial da Martin Brower. Entre nossos clientes, o crescimento foi de mais de 500 lojas em 2013.
Essa disputa acirrada já deixou vítimas, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A Luft Food Service, que após anos de contrato perdeu um dos seus principais clientes, o Bobs, foi vendida à rival Fast&Food. Procuradas, as empresas não retornaram o contato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.