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‘Anti-Facebook’: universitários levantam US$ 3 milhões em 2 semanas para criar nova rede social

Sem seguidores, curtidas ou posts performáticos, a Series quer eliminar a pressão por autopromoção e usar IA para construir relacionamentos de verdade entre usuários

Nathaneo Johnson e Sean Hargrow, fundadores da Series: um jantar com uma investidora mudou a trajetória da dupla (Series/Divulgação)

Nathaneo Johnson e Sean Hargrow, fundadores da Series: um jantar com uma investidora mudou a trajetória da dupla (Series/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 12 de abril de 2025 às 07h45.

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Duas semanas. Foi esse o tempo que dois estudantes de Yale, ambos com 21 anos, levaram para levantar 3 milhões de dólares e tirar do papel a Series, uma nova rede social que pretende ser o oposto do que o Facebook se tornou. A ideia: parar de tratar conexões como números e começar a construir relacionamentos de verdade — com ajuda da inteligência artificial.

Criada por Nathaneo Johnson e Sean Hargrow, a Series nasce como um contraponto direto às redes tradicionais. Nada de seguidores, curtidas ou posts performáticos. “Somos dois caras pretos, de 1,95 m, técnicos e vindos de Yale — é o oposto da história de Harvard e do Facebook”, diz Johnson ao site Entrepreneur. “Essa diferença é exatamente o que torna a Series relevante agora.”

O projeto ganhou força com uma rodada-relâmpago de investimento e agora quer enfrentar gigantes como LinkedIn e Instagram propondo algo radical: colocar um assistente virtual para entender quem você é — e quem você deveria conhecer.

IA no lugar do networking frio

O diferencial da Series está na proposta de usar um “amigo de IA” para fazer conexões personalizadas. O usuário conversa com o assistente por mensagens e ensina a ele o tipo de pessoa que está buscando — seja um cofundador, mentor, investidor ou amigo. A IA entende o perfil e faz conexões dentro da base da plataforma, substituindo a DM vazia por um encontro mais certeiro.

Na prática, a Series busca eliminar a pressão por autopromoção. Nada de montar perfis polidos com filtros irrealistas. “As plataformas hoje forçam a performance. Você posta fotos no Instagram, vídeos no TikTok, e até seu currículo no LinkedIn parece coisa de influenciador”, diz Johnson. “Na Series, o foco é se conectar com base no que você é, e não no que você mostra.”

A rodada que mudou tudo

A trajetória da dupla também é sobre acesso e representatividade. Johnson é de Irvine, na Califórnia; Hargrow, do Queens, em Nova York. Ambos mergulharam no ecossistema empreendedor de Yale, mas sabiam que inteligência e esforço não eram tudo.

“Estar em Yale nos deu acesso que nunca teríamos em outro lugar”, afirma Hargrow. Foi assim que chegaram até Anne Lee Skates, investidora do Vale do Silício

Depois de uma conversa informal, decidiram pegar um voo para a Califórnia e fecharam o investimento durante um jantar. “Foi literalmente um jantar de um milhão de dólares, diz Hargrow. A partir dali, a rodada deslanchou. Em 14 dias, US$ 3 milhões estavam na conta.

A Series ainda está em fase inicial, mas aposta que a próxima onda das redes será mais sobre profundidade do que alcance. E que a inteligência artificial pode, sim, servir para aproximar — em vez de isolar.

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