Dia: rede foi comprada em maio de 2019, quando estava perto de tornar-se insolvente, pelo fundo russo de investimentos LetterOne (Foto/Divulgação)
Reuters
Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 16h57.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2020 às 16h59.
São Paulo - A rede espanhola de supermercados Dia anunciou nesta segunda-feira a indicação de Marcelo Maia como presidente-executivo de sua subsidiária no Brasil, encarregado por liderar o processo de reestruturação da bandeira no país.
Maia vai substituir Marin Dokozic, que ocupou a posição de presidente-executivo do Dia no Brasil por cerca de um ano.
O Dia tem atualmente 900 lojas no Brasil, a maior parte alugadas. Ano passado, a rede fechou cerca de 300, boa parte de franqueados.
"A princípio não planejamos mais fechamentos aqui no Brasil", disse Maia a jornalistas. Ele acrescentou que a rede planeja abrir novas lojas em regiões onde já opera, mas não informou números.
A rede emprega 6.800 pessoas no Brasil. O Dia foi comprado em maio 2019, quando estava perto de tornar-se insolvente, pelo fundo russo de investimentos LetterOne, liderado pelo magnata Mikhail Fridman.
Fridman recrutou Maia em Londres, disse o novo presidente da bandeira no Brasil, em agosto do ano passado para trabalhar como consultor da operação brasileira da rede.
A rede está sob investigação por acusações de suposta fraude contábil que teria ocorrido na gestão anterior, tanto no Brasil quanto na Espanha.
Maia não comentou sobre a investigação ou fez previsões de desempenho, citando o período de silêncio da empresa antes da divulgação de resultado de quarto trimestre no final deste mês.
Ele disse que o Dia pretende ampliar a oferta de marcas próprias no segundo semestre deste ano, mas não deu detalhes. "Vejo muito potencial em nossas marcas...vamos adicionar tempero brasileiro às nossas operações", acrescentou.
Maia vem de uma família com laços profundos com o varejo. A família dele fundou a rede Lojas Maia, na Paraíba, que foi comprada em 2010 pelo Magazine Luiza. Ele trabalhou na companhia por três anos depois da aquisição para integrar a Lojas Maia na operação do novo controlador.