A operadora, também responsável pela gestão do Eataly e da Subway no Brasil, está em recuperação judicial com dívida estimada em R$ 1,8 bilhão (Joshua Trujillo/Starbucks/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 15h12.
Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 15h40.
A SouthRock, operadora da Starbucks no Brasil, está anunciando aos clientes o fim de diversos serviços da rede de cafeterias. Em comunicado por e-mail, a gestora informou que o programa de fidelidade, o aplicativo e Starbucks Card serão descontinuados a partir do dia 31 de janeiro de 2024.
Segundo o comunicado, todos os pontos acumulados no programa de fidelidade, batizado de “Rewards”, assim como os saldos dos cartões Starbucks, precisam ser usados até a data estabelecida pela companhia.
A decisão vem em um momento crítico da SouthRock no país. A operadora, também responsável pela gestão do Eataly e da Subway no Brasil, está em recuperação judicial com uma dívida estimada em R$ 1,8 bilhão.
Segundo a companhia, a crise econômica no Brasil resultante da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juro elevadas agravaram os desafios do negócio. O plano de recuperação foi aprovado no começo de dezembro.
À EXAME, a SouthRock confimou a descontinuação dos serviços e disse que a movimentação faz "parte do processo de reestrutuação pelo qual a empresa passa neste momento". E continua: "A SouthRock reitera seu compromisso com seus clientes e afirma que a descontinuação dos programas respeitará os Termos e Condições estabelecidos, assim como todas as determinações legais".
Não se sabe ainda o que irá acontecer com as operações remanescentes da Starbucks do Brasil. São 144 que seguem funcionando, apesar de 43 fechamentos. A SouthRock alega que segue operando normalmente.
A dúvida do mercado é sobre as licenças para usar a marca. Isso porque, no pedido de recuperação judicial, a SouthRock também explicou que a Starbucks Coffe International, dona global da operação, encaminhou um documento à brasileira rescindindo os direitos de uso da marca em razão de inadimplência.
“Os acordos de licença Starbucks tidos por rescindidos são justamente os instrumentos pelos quais foi garantido aos requerentes o direito de exploração e operação das lojas de varejo da marca Starbucks no Brasil”, diz o documento.
A SouthRock, porém, tenta reverter a decisão na Justiça. Isso porque argumenta que a manutenção das atividades são “absolutamente essenciais” para viabilizar a reestruturação do passivo, que, no total, é de R$ 1,8 bilhão.