Rebekah Brooks: chefia do jornal teria sabido das escutas só no final de 2010 (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2011 às 18h46.
Londres - Rebekah Brooks, ex-CEO da News International, admitiu nesta terça-feira diante do Parlamento britânico que em sua época como diretora do News of the World foram utilizados detetives particulares para a obtenção de informação.
Rebekah detalhou, no entanto, que o uso de investigadores era uma prática comum em boa parte da imprensa do Reino Unido nos anos 90 e no começo da década passada, quando a prática foi interrompida devido às novas leis sobre a confidência de dados.
A jornalista afirmou que já não utilizava detetives quando em 2003 passou a dirigir o periódico The Sun, outro dos tabloides de propriedade do magnata Rupert Murdoch.
Rebekah disse à comissão que a primeira vez que os diretores do News International conheceram a extensão das escutas ilegais do News of the World, que desencadearam um grave escândalo, foi no final de 2010, quando atuaram "com prontidão e de forma decisiva".
A ex-conselheira compareceu nesta terça-feira no Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns britânica logo após a conclusão do depoimento de seu ex-chefe Rupert Murdoch, presidente da News Corporation, que pediu desculpas e declarou se sentir envergonhado pelas escutas telefônicas do tabloide.
A jornalista, que permaneceu detida por nove horas no último domingo pela Polícia, também se desculpou pelas escutas do News of the World, o qual dirigiu de 2002 a janeiro de 2003, quando foi grampeado o celular de uma menina assassinada.
O que ocorreu no jornal foi "terrível e espantoso", disse diante de um comitê sem público devido à tentativa de agressão ocorrida minutos antes contra Murdoch, sem consequências.
Rebekah, de 43 anos, foi detida no domingo pela Polícia sob a suspeita de aprovar escutas ilegais e pagar subornos a policiais para obter informações exclusivas para o News of the World.
Em seu depoimento, Murdoch defendeu Rebekah, considerada seu braço direito no Reino Unido, e disse que confiava nela e que segue confiando.