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Randon buscará complementação para PSI

Segundo o diretor financeiro, redução do percentual do bem a ser financiado deve provocar "dificuldades adicionais" nos negócios no início de 2014


	Funcionários da Randon: companhia deve ter impactos negativos na receita entre o fim deste ano e início do próximo
 (Tamires Kopp/VOCÊ S.A.)

Funcionários da Randon: companhia deve ter impactos negativos na receita entre o fim deste ano e início do próximo (Tamires Kopp/VOCÊ S.A.)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 16h45.

São Paulo - A fabricante de implementos rodoviários e máquinas para construção Randon deve buscar complementação à redução do montante de financiamento a ser fornecido pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI) em 2014, afirmou o diretor financeiro da companhia, Geraldo Santa Catharina, nesta quarta-feira.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou mais cedo a prorrogação do PSI do final deste ano para o fim de 2014, com aumento de taxas de juros e redução do nível de financiamento.

Segundo o diretor financeiro da Randon, a redução do percentual do bem a ser financiado -- de 100 para 90 por cento para pequenas e médias empresas e de 90 para 80 por cento para grandes -- deve provocar "dificuldades adicionais" nos negócios no início de 2014.

"Temos reiterado que haverá dificuldade adicional, mas vamos oferecer outros mecanismos para a clientela poder absorver os produtos, como financiamento direto, CDC e Finame tradicional", disse Santa Catharina em entrevista à Reuters.

Ele avalia que a Randon deve ter impactos negativos na receita entre o fim deste ano e início do próximo por conta da demora do governo em definir as características da renovação do PSI, que freou pedidos de caminhões e de implementos rodoviários como carretas produzidas pela empresa.

"Pode ocorrer de nós não conseguirmos fazer a programação de produção à plena capacidade por conta de termos de produzir sem ter o financiamento já definido. Então, provavelmente, no mês de dezembro e parte de janeiro nós tenhamos algum efeito não positivo em termos de receita", disse ele.

A companhia deve aproveitar férias coletivas da maior parte das montadoras do país neste mês para dar descanso aos funcionários entre 20 de dezembro e 7 de janeiro, afirmou o executivo. "Isso facilita a nossa programação para o ano que vem, pois a equipe ficará completa na maior parte do ano." Segundo ele, as vendas de caminhões no Brasil em 2014 devem ser levemente superiores aos licenciamentos deste ano, dentro de avaliações de fabricantes como a MAN, do grupo Volkswagen, que estima alta de 5 a 7 por cento.

As vendas de caminhões no país em 2013 até novembro acumulam alta de 10,7 por cento sobre o mesmo período de 2012, quando os licenciamentos do setor desabaram quase 20 por cento.

O executivo afirmou que apesar do cenário de juros e inflação em alta e da perspectiva de crescimento do PIB por volta de 2 por cento, a Randon tem otimismo sobre 2014 por conta de novo recorde na safra agrícola do país e esforço adicional do governo "para diminuir um pouco o impacto negativo que as projeções de PIB estão mostrando".

A Randon deve divulgar as projeções para 2014 até meados de janeiro, após a demora na definição da prorrogação do PSI.

Sobre as discussões com siderúrgicas para os preços do aço em 2014, Santa Catharina comentou apenas que a Randon ainda não fechou acordos para aumento dos preços do insumo.

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