Negócios

Raízen manifesta interesse por usina da Renuka, dizem fontes

O pedido da Raízen, porém, foi feito após o término do prazo dado pela Justiça para grupos interessados solicitarem habilitação para o pregão

Raízen: "a coisa está muito superficial" entre Raízen e Renuka do Brasil, disse uma fonte (Ricardo Teles/Divulgação)

Raízen: "a coisa está muito superficial" entre Raízen e Renuka do Brasil, disse uma fonte (Ricardo Teles/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 24 de agosto de 2017 às 17h13.

Última atualização em 24 de agosto de 2017 às 17h50.

São Paulo - A Raízen Energia, maior grupo sucroenergético do mundo, manifestou nesta semana interesse pela Usina Revati, da Renuka do Brasil, com leilão judicial marcado para o início de setembro, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto nesta quinta-feira.

O pedido da Raízen, porém, foi feito após o término do prazo dado pela Justiça para grupos interessados solicitarem habilitação para o pregão --a data limite era 10 de agosto.

De acordo com uma das fontes, a Raízen poderá participar do leilão caso os credores aprovem um novo período para homologações de participação no certame, o que, por sua vez, levaria a uma nova data para o pregão. Isso permitiria que outros grupos também entrassem na disputa.

Por ora, "a coisa está muito superficial" entre Raízen e Renuka do Brasil, com a data do leilão ainda confirmada para 4 de setembro, explicou a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Procurada, a Raízen, joint venture entre Cosan e Royal Dutch Shell, afirmou que não vai comentar o assunto. A Renuka também não comentou.

Conforme a Reuters revelou em 11 de agosto, o leilão da Usina Revati possui três grupos habilitados para participar: Cofco do Brasil, da gigante chinesa Cofco e com quatro usinas no país; Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), com duas unidades no Triângulo Mineiro; e Interface Brasil.

A habilitação para o leilão não obriga que os interessados deem lances.

Se a venda for bem-sucedida, será o terceiro negócio de usinas de cana por meio de leilões judiciais em menos de um ano, conforme players com melhor estrutura de capital buscam ativos de rivais endividados.

A Glencore comprou a usina Guararapes em novembro do grupo Unialco.

A própria Raízen também fez em junho a aquisição de duas usinas da Tonon Bioenergia, por 823 milhões de reais.

Antes do acordo com a Tonon, a Raízen já contava com 24 unidades no Brasil.

A venda da usina da Renuka, localizada em Brejo Alegre (SP) e com capacidade instalada para moer 4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, faz parte do processo de recuperação judicial da empresa, aprovado em maio pelos credores.

Com dívida de aproximadamente 2,7 bilhões de reais, a Renuka do Brasil está em recuperação judicial desde outubro de 2015.

A Renuka do Brasil é subsidiária da indiana Shree Renuka Sugars, que iniciou investimentos no país em 2010 e foi atingida juntamente com o restante do setor por baixos preços do açúcar e pelo controle de preços de combustíveis que vigorou em governos anteriores.

No ano passado, os credores chegaram a aprovar um plano que previa a venda da outra usina da Renuka, a Madhu, em Promissão (SP). A unidade foi a leilão em dezembro por 700 milhões de reais, mas não atraiu interessados.

Acompanhe tudo sobre:RaízenUsinas

Mais de Negócios

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios

De food truck a 130 restaurantes: como dois catarinenses vão fazer R$ 40 milhões com comida mexicana

Peugeot: dinastia centenária de automóveis escolhe sucessor; saiba quem é