A Raízen Energia está planejando pagar até metade da dívida da unidade de cana-de-açúcar do Brasil da Louis Dreyfus Holding a fim de adquiri-la, disseram pessoas a par do assunto (Raízen/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 07h30.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2021 às 16h35.
A Raízen Energia está planejando pagar até metade da dívida da unidade de cana-de-açúcar do Brasil da Louis Dreyfus Holding a fim de adquiri-la, disseram pessoas a par do assunto.
O restante da dívida da subsidiária açucareira Biosev seria de responsabilidade de uma holding a ser criada para receber dividendos e pagar os credores e também da Louis Dreyfus, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas. Em setembro, a Biosev tinha uma dívida de R$ 7,6 bilhões, de acordo com suas demonstrações financeiras.
A Raízen, uma joint-venture entre a Royal Dutch Shell e a Cosan, está planejando usar um novo empréstimo mais barato e de mais longo prazo para financiar o pagamento da dívida da Biosev, disse uma das pessoas.
A Raízen e a Biosev não quiseram comentar. A Louis Dreyfus não respondeu a um pedido de comentário.
A Raízen, a maior processadora de açúcar do Brasil, está de olho em usinas que a ajudariam a aumentar a eficiência e defender as margens. A aquisição seria a maior da Raízen e poderia dar a ela mais poder para negociar os preços da cana com os fornecedores.
Para a Biosev, o acordo ajudaria a resolver a questão de sua dívida, que em 2018 forçou a Dreyfus a injetar cerca de US$ 1 bilhão na empresa.
Após a aquisição, a Raízen poderá aumentar o volume de moagem em cerca de 50%, atingindo cerca de 90 milhões de toneladas de cana-de-açúcar após a incorporação das oito usinas da Biosev, disse a Standard & Poor’s. O perfil de liquidez da Raízen é forte e a potencial oferta pública inicial de ações da empresa poderia fornecer um colchão adicional, disse a S&P em um relatório.
Embora os contratos de aquisição ainda não tenham sido assinados, as empresas optaram por submeter a transação potencial ao Cade, órgão regulador antitruste do Brasil, antes de prosseguir com o negócio, segundo comunicado no mês passado.