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Raio Capital anuncia investimento de até R$ 100 milhões em startups

O fundo de 'venture capital' carioca está em busca de startups em fase inicial, mas não descarta outras possibilidades

Bruno Teixeira, da Raio Capital: “Queremos construir um relacionamento autêntico com empreendedores e cotistas” (Divulgação)

Bruno Teixeira, da Raio Capital: “Queremos construir um relacionamento autêntico com empreendedores e cotistas” (Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 06h15.

Última atualização em 24 de janeiro de 2025 às 15h54.

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O fundo de venture capital Raio Capital anunciou o lançamento de uma iniciativa que promete levantar entre 80 milhões e 100 milhões de reais em startups brasileiras até julho de 2025. O objetivo é identificar negócios promissores, dar suporte estratégico e criar empresas que tenham impacto real no mercado.

Criada em 2021, a carioca Raio Capital nasceu de um projeto idealizado por Bruno Teixeira, que traz uma bagagem ampla no mercado financeiro. O carioca, que começou a carreira no Credit Suisse, sente que já viveu de tudo no setor financeiro: de empresas na beira da falência a bancos de investimento em dia de IPO. Após um período estudando Negócios em Stanford, Teixeira retornou ao Brasil com o propósito de investir e apoiar startups em áreas estratégicas.

O fundo começou a tomar forma em 2019, quando Teixeira se uniu a outros quatro sócios — Gustavo Lutterbach (pessoas), Mauricio Bomfim (tecnologia), Rafael Muniz (design) e Vicente Curi (investimentos) — para criar a Atol Ventures, uma holding de venture building, ou seja, um laboratório para desenvolver startups do zero. Foi nesse ambiente de testes que os sócios também validaram a química entre eles.

Sócios da Raio Capital: fundo quer combinar agilidade com olhar criterioso (Divulgação)

Veloz e adaptável

Em 2021, a Raio Capital foi oficialmente criada. Segundo Teixeira, o nome "Raio" foi escolhido para representar impacto e agilidade, além de um caráter não totalmente previsível — mas sempre direcionado.

De lá para cá, o fundo investiu em startups como a fintech NG.Cash. Em maio de 2024, o banco digital voltado para jovens recebeu um aporte de R$ 65 milhões em rodada liderada pela Monashees com a a16z. Embora a Raio Capital não tenha participado dessa rodada — foi o segundo exit da casa , o movimento está alinhado com sua estratégia de apoiar negócios que possam atrair grandes investidores no futuro e escalar seus resultados.

“Queremos construir um relacionamento autêntico com empreendedores e cotistas”, afirmou o cofundador. Para se destacar dentre os demais, o fundo de venture capital preza pelo equilíbrio entre rigor e flexibilidade: querem desenvolver processos rigorosos para validar essas empresas, mas também aceitar que ajustes são necessários para crescer.

Como o fundo vai operar?

O plano de investimentos é dividido em duas etapas principais. Inicialmente, o fundo destinará R$ 1,5 milhão para 25 a 30 startups.

A primeira etapa envolve identificar empresas com alto potencial em diferentes setores e testar sua capacidade de escalar e gerar retorno. “Queremos ajudar o país a evoluir em áreas críticas”, diz Teixeira. Em próximos fundos, a Raio não descarta a possibilidade de investir em startups que já passaram da fase da semente. “Nossa intenção é ser uma casa multiprodutos”.

A ideia é identificar as "campeãs de retorno" e, na etapa seguinte, oferecer aportes de até R$ 10 milhões para cinco a sete startups. A diversificação na primeira fase reduz os riscos, mas é na segunda que os maiores retornos tendem a vir.

O fundo trabalha com um ciclo de 10 anos para investir e desinvestir, dividindo cinco anos para aportes e cinco para desinvestimentos. Durante esse período, a Raio Capital continuará acompanhando de perto as startups investidas para oferecer suporte estratégico.

Por que agora?

A expectativa de retorno financeiro é alta: IPCA + 7% ao ano. Isso porque, para a Raio Capital, o atual cenário econômico é propício.

Com acesso a capital mais restrito, as startups enfrentam maior pressão para demonstrar viabilidade, o que, para a Raio, facilita a identificação de negócios resilientes.

“Negócios precisam ser veículos de mudança. Queremos investir em empresas que tenham impacto real e se adaptem às demandas de um mercado em constante evolução”, diz o cofundador.

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