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Quer um jatinho para Nova York? Essa startup fatura R$ 9 milhões agilizando a vida dos ultrarricos

A bTd Travel & Jets, startup criada por brasileiros nos Estados Unidos, está com rodada aberta para captar US$ 2 milhões

Manoel Suhet, da bTd: vamos faturar 3,7 milhões de dólares em 2024, dobrando o tamanho do negócio

Manoel Suhet, da bTd: vamos faturar 3,7 milhões de dólares em 2024, dobrando o tamanho do negócio

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 16 de abril de 2024 às 18h46.

Última atualização em 17 de abril de 2024 às 16h20.

RIO DE JANEIRO - Se a paisagem do Rio de Janeiro anima qualquer turista, o congestionamento para chegar ao Riocentro, onde acontece a segunda edição do Web Summit Rio, tem o efeito contrário. Um problema que poderia ser resolvido, em parte, pelo serviço da bTd Travel & Jets, startup que funciona como uma marketplace de luxo para oferecer jatinhos, helicópteros, carros esportivos, serviços de hospedagem e modais marítimos para quem bala na agulha. Em bom português, os ultrarricos.

A startup foi criada nos Estados Unidos em 2017 para fazer viagens corporativas e o nome é uma abreviação para "Business traveler deals". Na pandemia de covid-19, quando a receita caiu 56%, pivotou para um modelo mais digital, em que reúne em poucos cliques os serviços que podem ser combinados para facilitar a vida dos clientes.

Com o formato, os mais de 3.500 clientes podem buscar opções com a reserva de iates, espaço em “empty legs” - um jato que voltaria vazio de um voo -, veículos terrestres e até voos na executiva. 

“50% dos jatos fretados andam vazios pelo mundo, o que faz com que sejam altamente criticados pela ineficiência e por queimar combustível de forma desnecessária. É aí onde atuamos: a partir de inteligência artificial e dos acordos com os operadores, nós antecipamos quando tem um empty leg e o meu cliente recebe isso antes”, afirma Manoel Suhet, fundador e CEO da startup.

O executivo tem mais de 25 anos de experiência profissional, boa parte na indústria de óleo e gás e no mercado de aviação. Nos Estados Unidos, comandou a área de vendas da Latam, após a fusão com a chilena Lan. Quando decidiu mudar de rumo, lançou a bTd no mercado americano. 

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Quando esse negócio movimenta

De lá, o negócio avançou para Portugal e Brasil, país onde chegou no ano passado e faz cerca de 30% da receita. Na lista de clientes locais, estão Nelson Kaufman, da Vivara, e o empresário Roberto Justus. 

Os Estados Unidos respondem por 60% do negócio, que movimentou US$ 4.2 milhões e faturou US$ 1.7 milhão em 2023 - o equivalente a R$ 9 milhões. Para este ano, a projeção é de 3,7 milhões de dólares em receita.

Na divisão por serviços, a locação de jatos privados lidera com folga e representa 60%. Em parte pelo valor do tíquete médio, em torno de US$ 180.000 em um voo do Rio de Janeiro para Nova York, nos Estados Unidos. O restante vem dos voos comerciais, 25%, e hotéis e concierge, 15%.

Os próximos passos da startup passam pela entrada em novos mercados, como Canadá, Espanha, Suíça, Reino Unido, Catar e Arábia Saudita. Para a movimentação, a empresa está com uma rodada seed em aberto para captar US$ 2 milhões. De acordo com o executivo, 50% do valor está garantido.  

Os recursos também devem ser usados para aprimorar a tecnologia e avançar no serviço de concierge. “Imagina que você voou de business class com a Latam para Nova York e economizou 10%. Na volta, aparece uma opção de pegar um jatinho, em uma oferta empty leg. Queremos que a tecnologia, a partir de um comando de voz, faça todos os cancelamentos e ajustes necessários, além da comunicação com as diversas pessoas envolvidas neste processo”, diz Suhet. 

A captação será a segunda da startup. A primeira foi em 2022, no valor de US$ 1,5 milhão. A movimentação busca preparar o terreno para uma série A em 2026.

Web Summit Rio

A EXAME falou com a empresa na segunda edição do Web Summit Rio, evento de inovação que acontece até esta quinta, 19, no Riocentro, no Rio de Janeiro. Idealizado em Dublin, em 2009, o Web Summit virou uma grife mundial ao deslocar-se para Lisboa, em 2016, e virar ponto de encontro de startups e investidores dos dois lados do Atlântico.

Atualmente, além das edições brasileira e portuguesa, a empresa responsável pelo Web Summit também organiza eventos de inovação e empreendedorismo no Canadá, Hong Kong, Índia e, a partir deste ano, no Catar.

Nesta edição, o Web Summit percorre por 18 trilhas, passando por novas relações de consumo, criação de conteúdo, negócios do esporte, finanças descentralizadas, impacto social e diversidade e ética.

Mais de 30.000 pessoas irão acompanhar a programação, dividida em três dias de evento. A edição deste ano representa uma alta de 57% no número de participantes em relação a 2022, de acordo com a organização do evento.

* O jornalista viajou a convite da Stone

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