Negócios

Aos 29, ele fez a empresa crescer 44.000% só importando produto da China

O fundador recebeu um livro sobre o tema aos 14 anos e nunca mais olhou para trás; hoje, tem empresa milionária

Paulo Henrique Ávila, fundador e CEO da Opacote: empresa tem oito funcionários na China (Divulgação (foto) e Catarina Bessell (Ilustração)/Exame)

Paulo Henrique Ávila, fundador e CEO da Opacote: empresa tem oito funcionários na China (Divulgação (foto) e Catarina Bessell (Ilustração)/Exame)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 2 de agosto de 2025 às 06h03.

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Quando você compra algo online, seja um brinquedo, um utensílio doméstico ou um item de tecnologia, provavelmente não sabe de onde veio ou quem está por trás daquela oferta.

A abundância de produtos disponíveis nos marketplaces brasileiros é impressionante, mas o processo até chegar à sua casa envolve uma cadeia de fornecedores e importadores. É aí que empresas como a Opacote entram em cena.

Fundada em 2023, a Opacote é uma importadora com sede em São José, Santa Catarina. Em apenas um ano, a empresa viu sua receita saltar de R$ 17.713,82 em 2023 para R$ 7,9 milhões em 2024, o que representa um crescimento de 44.524%.

Esse salto fez a Opacote liderar a categoria Novatas no Ranking EXAME Negócios em Expansão 2025 e ser a empresa que mais cresceu no maior anuário de empreendedorismo do país.

A trajetória da empresa é um reflexo da experiência do fundador, Paulo Henrique Ávila, de 29 anos, que começou a empreender ainda adolescente. Aos 14 anos, Ávila já se interessava pela importação de eletrônicos da China, atividade que aprendeu a realizar por meio de um livro que seu pai lhe deu.

Após anos comprando e vendendo produtos pela internet, em 2011, ele criou sua conta no Mercado Livre e passou a vender itens como fones de ouvido e mouses. Aos 18 anos, decidiu fundar sua própria empresa e se lançar no mercado de importação, mas só abriu as portas da Opacote oficialmente em 2023, cerca de nove anos depois.

O que faz a Opacote?

O diferencial da Opacote é a estratégia de integração com grandes marketplaces, como Mercado Livre e Magazine Luiza. A empresa não possui um site próprio, pois Ávila percebeu que a melhor forma de crescer seria fazer parcerias com essas plataformas, que ajudam a distribuir seus produtos de forma eficiente.

Com o tempo, a Opacote passou a se especializar em identificar tendências e produtos de alta demanda para importar. Ávila foca na análise das palavras-chave mais buscadas nos marketplaces para decidir quais produtos desenvolver e oferecer.

"Analisamos o que está em alta nas plataformas, entendemos as buscas do consumidor e com isso estrutura nossas compras. A ideia é focar em poucas variedades, mas com grandes volumes", explica.

Um time de oito funcionários da empresa na China é responsável por encontrar fornecedores desses itens e desenvolver até cinco versões de cada. A ideia é atender todo tipo de orçamento, dos mais modestos aos sofisticados. Agora, por exemplo, um dos focos da Opacote são artigos domésticos como cuba de cozinha, torneiras, parafusadeiras e camas elásticas.

Enviados ao Brasil, os produtos ficam em centros de distribuição em Santa Catarina e São Paulo. “Em menos de 6 horas conseguimos colocá-los em todos os marketplaces”, diz Ávila. Até o ano que vem, a estrutura deve ser expandida para Espírito Santo, Bahia e Amazonas.

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