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Quem é Pedro Parente, o novo presidente da Petrobras

Parente é reconhecido por sua gestão de crises, o que foi um dos motivos para ter sido escolhido para liderar a petroleira mais endividada do mundo

Pedro Parente: é reconhecido por sua gestão de crises e reestruturação de empresas (Adriano Machado / Reuters)

Pedro Parente: é reconhecido por sua gestão de crises e reestruturação de empresas (Adriano Machado / Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 20 de maio de 2016 às 09h52.

Última atualização em 4 de abril de 2017 às 14h55.

São Paulo - Pedro Parente, ex-ministro escolhido pelo presidente interino Michel Temer para comandar a Petrobras e substituir Aldemir Bendine, tem grande experiência tanto na política quanto no setor privado.

Parente é reconhecido por sua gestão de crises, o que foi um dos motivos para ter sido escolhido para liderar a maior empresa brasileira e a petroleira mais endividada do mundo.

Com sua atuação em recuperação e reorganização de empresas, ele poderia reerguer a estatal, que passa pela pior crise de sua história. Em coletiva, Parente afirmou que o processo de recuperação da empresa já teve início, mas que existem grandes desafios pela frente.

Seu primeiro desafio será acelerar o plano de venda de US$ 15,5 bilhões em ativos da Petrobras e reduzir seus custos. Centro da Operação Lava Jato, a empresa é investigada por um escândalo bilionário de corrupção e sofre com a queda dos preços internacionais do petróleo.

A Petrobras não é uma companhia totalmente nova para Parente, que já participou de seu Conselho de Administração. Hoje, ele é presidente do conselho administrativo da holding Grupo ABC e está no conselho da RBS e da BMF&Bovespa.

Formado em engenharia pela Universidade de Brasília (UnB), fez carreira no Banco do Brasil e Banco Central e foi consultor externo do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na política

O novo presidente da Petrobras teve uma atuação intensa na política durante a década de 1990. Durante o governo Collor, ele participou da elaboração e execução do orçamento da União.

Foi ministro três vezes no governo de Fernando Henrique Cardoso e comandou os ministérios de Planejamento, em 1999, Minas e Energia, em 2002, e a Casa Civil, de 1999 a 2003.

Coordenou o comitê responsável por administrar a crise de energia elétrica e organizar as regras do racionamento de 2001. O setor de energia enfrentava uma forte seca, que afetou a geração hidrelétrica, e falta de planejamento e investimentos.

Durante sua atuação como secretário executivo do Ministério da Fazenda, cuidou da renegociação das dívidas dos estados e acompanhou o programa de desestatização.

Além disso, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, articulou a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em empresas privadas

Quando deixou o governo, Parente foi escolhido como vice-presidente executivo do grupo RBS. Ele coordenou a reestruturação financeira da empresa de mídia, em um momento em que diversas empresas do setor de comunicação estavam em uma situação difícil, com cortes nas verbas de publicidade.

Em seguida, foi para a presidência da Bunge, onde conduziu uma reestruturação abrangente das operações locais e elevou a cada ano os resultados das principais de alimentos e agronegócios.

Parente anunciou que tinha se aposentado em 2014, então com 60 anos. Ele afirmou, em uma entrevista à Você S/A, que queria deixar a vida de executivo para “ser o senhor do meu tempo, o que é impossível quando se é um CEO”.

Em sua aposentadoria, atuou na Prada Assessoria, consultoria financeira para gestão de fortunas de cerca de 20 famílias, criada pela sua sócia e esposa, Lucia Hauptman, além de presidir conselhos de administração de outras companhias.

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