General Joaquim Silva e Luna: como o governo federal tem a maioria (sete) no Conselho, não tem como perder a eleição. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de fevereiro de 2021 às 09h41.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2021 às 09h42.
Confirmada a nomeação de Joaquim Silva e Luna, o general não será o único militar no comando da Petrobrás. Dois dos integrantes também vieram das Forças Armadas. Eduardo Barcellar Leal Ferreira é almirantes de esquadra da Marinha. Ruy Flaks Schneider é oficial da reserva da Marinha. Ambos são próximos do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Em setembro do ano passado, Luna assumiu como diretor-geral de Itaipu, para um mandato de até quatro anos.
O general Silva e Luna é próximo de Bolsonaro. No comando de Itaipu, usou o orçamento da hidrelétrica binacional para fazer várias obras, inclusive uma ponte que liga Brasil e Paraguai, o que agradou Bolsonaro.
Como militar, é visto como um cumpridor de ordens, apesar de não ter uma postura próxima à do ministro da Saúde, general Eduardo Pazzuelo, que é considerado, dentro do governo, como alguém mais subserviente ao presidente.
Luna é considerado como alguém de perfil discreto e pacificador. Com 71 anos, serviu seus últimos cinco anos no Ministério da Defesa, inicialmente como secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto; depois, como secretário-geral do ministério; e, por último, como ministro da Defesa (no governo do presidente Michel Temer).
Foi o primeiro militar a ocupar o Ministério da Defesa desde a sua criação em 1999. Ocupou o cargo interinamente de 26 de fevereiro a 12 de junho de 2018, quando foi efetivado na função. Em 2 de janeiro de 2019, transmitiu o cargo ao general de Exército Fernando Azevedo e Silva, com a presença do presidente Bolsonaro.
No dia 17 de janeiro de 2019, foi anunciado como novo diretor-geral da Itaipu Binacional, hidrelétrica que pertence ao Brasil e ao Paraguai e responde por 15% da energia consumida pelos brasileiros. No dia 26 de fevereiro, tomou posse no cargo e afirmou estar de olho nos gastos da estatal.
O general Silva e Luna iniciou sua carreira militar em 10 de fevereiro de 1969, na Academia Militar das Agulhas Negras - como Bolsonaro -, onde se graduou aspirante a oficial da arma de Engenharia em 16 de dezembro de 1972.
Nos seus 12 anos como oficial general da ativa, foi comandante da 16.ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, Amazonas, de 2002 a 2004. Foi chefe do Estado-Maior do Exército de 2011 a 2014 e comandou várias Companhias de Engenharia de Construção na Amazônia.
Luna tem pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, em curso realizado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1998); e doutorado em Ciências Militares, realizado na Escola de Comando e Estado- Maior do Exército (1987/88), entre outros cursos.
No exterior, foi membro da Missão Militar Brasileira de Instrução e Assessor de Engenharia na República do Paraguai, de 1992 a 1994; e adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico no Estado de Israel, de 1999 a 2001.