Negócios

Quem é a empresa que lucra juntando dados sobre sua saúde

A IMS Health detém, por exemplo, informações sobre 85% de todas as receitas médicas prescritas no mundo, e as vende para farmacêuticas


	Pílulas de remédios: a IMS Health é especializada em juntar e analisar dados fornecidos por pacientes em farmácias, hospitais, planos de saúde e laboratórios
 (Philippe Huguen/AFP)

Pílulas de remédios: a IMS Health é especializada em juntar e analisar dados fornecidos por pacientes em farmácias, hospitais, planos de saúde e laboratórios (Philippe Huguen/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 16h29.

São Paulo – A IMS Health, empresa que anunciou sua abertura de capital na última quinta-feira, ganha a vida comprando e vendendo informações sobre a saúde das pessoas.

Funciona assim: toda vez que você passa por um pronto socorro, faz algum exame ou compra algum remédio, está fornecendo dados para um hospital, laboratório ou farmácia.

Sexo, idade, sintomas, quais remédios vai tomar e quem foi o médico que o atendeu são alguns desses dados. Essas informações são vendidas para empresas, que as compilam, analisam e revendem para gigantes farmacêuticas.

Com esses dados é possível prever, por exemplo, quais as chances de sucesso de determinado medicamento no mercado, qual o preço aceitável e quais são os produtos que terão maior demanda em um futuro próximo. É possível, também, saber os perfis dos médicos e o que eles costumam prescrever, o que facilita as ações de marketing por parte da empresas.

Além das fabricantes de remédios, estão entre seus principais clientes hospitais, planos de saúde e governos.

A IMS Health é a companhia que domina esse setor. De acordo com a própria, ela detém informações de 85% de todas as receitas médicas prescritas no mundo. Eles garantem, também, que não colocam as mãos em nenhum tipo de dado pessoal, como nome e endereço.

A oferta de capital deve sair nas próximas semanas. Até lá, saberemos exatamente o quanto esse negócio de compra e venda de informações vale. Mas, pelo tamanho das partes envolvidas, já é possível se ter uma leve ideia.

Acompanhe tudo sobre:RemédiosSaúde

Mais de Negócios

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial