Negócios

Menos carros importados vendidos, 10 mil pessoas demitidas

No ano, queda foi de 31,7% e a até dezembro outros 5.000 empregados devem ser desligados das empresas


	JAC e outras montadoras de importados:  25.000 pessoas empregadas pelo setor no Brasil atualmente
 (Fernando Moraes/Veja SP)

JAC e outras montadoras de importados:  25.000 pessoas empregadas pelo setor no Brasil atualmente (Fernando Moraes/Veja SP)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 15h22.

São Paulo – A combinação do aumento do IPI com a valorização do dólar já fez com que as montadoras de carros importados demitissem 10.000 funcionários de janeiro a agosto deste ano – e até dezembro outros 5.000 empregados devem ser desligados das empresas. Os dados são da Abeiva, Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores.

“Esperávamos fazer a demissão de 10.000 pessoas até dezembro, mas a situação só se agravou depois do anúncio das mudanças tributárias”, diz Flávio Padovan, presidente da entidade do setor, que emprega 25.000 pessoas no Brasil atualmente. Os desligamentos são decorrência do fechamento de algumas revendas pelas maiores empresas importadoras e a queda nas vendas, que devem chegar a 41% no ano até dezembro.

Apesar de uma pequena recuperação no mês de agosto, os brasileiros ainda estão importando menos carros que no ano passado. No mês, 11.975 foram emplacados em agosto, número que mostra uma recuperação de 11,5%, mas que traz uma queda acentuada de 41,4% quando comparado ao mesmo mês de 2011. Em contrapartida, o mercado interno teve uma alta de vendas de 31,7%. De janeiro a agosto, a queda nas vendas de importados caiu 27,5%.

“O governo precisa olhar para o histórico de cada importadora e pensar em alternativas diferentes para cada uma delas, já que umas podem absorver investimentos mais fácil que outras pelo tempo de maturação no mercado brasileiro”, afirma Padovan. Segundo ele, montadoras que estão há pouco tempo no país, como as chinesas, seriam mais prejudicadas se as regras impostas pelo governo continar sendo as mesmas que as aplicadas para as outras montadoras com anos de maturação de mercado brasileiro. 

Os importadores oficiais de veículos automotores aguardavam, até o final de agosto, um plano de cotas apresentado pelo governo para as o setor sem o impacto do aumento de 30 pontos no IPI. “Ainda não sabemos como será isso, mas esperamos que medidas menos rigorosas para as importadoras para que mais investimentos não deixem de ser feitos no país”, diz Padovan.

De acordo com a associação, dos 2,389 milhões de carros vendidos no Brasil de janeiro a agosto, 77,4% foram de veículos produzidos no Brasil e o restante importados. O maior aumento de veículos importados veio do México, segundo a associação, foram 142.374 mil veículos de janeiro a agosto, contra 59.334 no mesmo período do ano passado. 

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