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Queda do petróleo não traz risco à Petrobras, diz EPE

Segundo Tolmasquim, preço internacional do petróleo não traz "o mínimo risco" à Petrobras e seu plano de investimento


	Funcionário da Petrobras em refinaria de petróleo
 (Divulgação/Petrobras)

Funcionário da Petrobras em refinaria de petróleo (Divulgação/Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 21h10.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta quinta-feira, 16, que a queda do preço internacional do petróleo não traz "o mínimo risco" à Petrobras e seu plano de investimento.

Tolmasquim participou de debate com o consultor Adriano Pires, sobre o cenário de energia para o futuro governo.

Pires, que auxilia a campanha do PSDB, avaliou que há uma "crise sem precedentes" no setor, destacando que o País só não enfrenta novo racionamento em função do baixo crescimento econômico.

"O pré-sal é viável com petróleo entre US$ 41 a US$ 57 dólares no Brasil. Antes de o petróleo da Petrobras ficar inviável, muitos outros produtores no mundo cairiam. Não tem o mínimo risco, nenhum risco", afirmou Tolmasquim após participar do debate promovido pela jornalista Míriam Leitão em seu programa no canal GloboNews.

Segundo o executivo, o cenário atual é mais confortável à empresa, apesar da desconfiança do mercado com o impacto sobre seus investimentos.

"A situação da Petrobras ficou mais confortável. Vai entrar no período em que provavelmente vai ter recuperação de caixa". Ele defendeu a política de não passar volatilidade do preço internacional para o mercado interno. "A decisão de aumentar ou não é da Petrobrás, do conselho."

A queda no preço do óleo Brent, que fechou hoje com cotação de US$ 84, alivia a perda acumulada com a defasagem de preços da companhia, atualmente estimada em cerca de R$ 60 bilhões.

Por outro lado, traz reflexos negativos sobre o plano de investimentos da empresa, calculado com uma cotação entre US$ 100 e US$ 120.

Na avaliação do consultor Adriano Pires, a mudança no cenário "ameaça os investimentos", uma vez que o caixa da empresa está sacrificado pela atual política de preços.

"O Brasil é o único País onde quem determina o preço do petróleo e da gasolina é o IPCA." "Vamos parar de administrar preços de gasolina e diesel, retomar a Cide.

Vamos tratar a Petrobras como empresa, de maneira que volte a retomar o caminho da lucratividade e eficiência", completou Pires.

Polarização

A comparação partidária marcou o embate entre os representantes das duas campanhas presidenciais.

Os participantes criticaram, de um lado, o racionamento de 2001, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e do outro o alto endividamento das distribuidoras de energia, socorridas em mais de R$ 17 bilhões pelo governo.

Tolmasquim afirmou que as propostas tucanas são "demagógicas" e negou que haja uma crise no setor.

"Você prioritariamente gera hidrelétrica, com custo baixo, e as térmicas ficam paradas, porque é caro. Para despachar essas térmicas tem que pagar combustível. Não tem milagre. Quem paga é o consumidor."

Ele afirmou que a situação é diferente em relação a 2001, ano do racionamento. Segundo ele, naquela época houve corte de energia por falta de planejamento e investimento em linhas de transmissão.

"A crise hidrológica é muito pior que em 2001. Foi um problema de água pequenininho que causou um racionamento enorme", afirmou.

Pires acusou o governo de ser "autoritário" e fazer "populismo tarifário", em referência ao corte das tarifas, feito em 2013 via medida provisória.

O consultor classificou de "irresponsabilidade" o baixo nível dos reservatórios, o que acarreta um "risco elétrico enorme". Ele também avaliou a atual política de "improviso" e uma "sequência de erros e barbeiragens".

"O governo optou pela modicidade tarifária e esqueceu a segurança do abastecimento. Desde 2012 as térmicas já estavam sendo ligadas, o custo já estava crescendo", disse.

"Vamos viver um verão de muitos apagões e apaguinhos", ressaltou.

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