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Queda do petróleo e real depreciado mudam cenário, diz Graça

CEO da Petrobras sinalizou que o futuro plano de negócios da companhia deverá trazer atualizações importantes em relação ao material divulgado neste ano


	Plataforma da Petrobras: companhia precisará fazer ajustes em relação ao preço futuro do Brent
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Plataforma da Petrobras: companhia precisará fazer ajustes em relação ao preço futuro do Brent (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 13h57.

São Paulo e Rio - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, sinalizou nesta segunda-feira, 17, que o futuro plano de negócios da companhia deverá trazer atualizações importantes em relação ao material divulgado neste ano.

Chama atenção a queda recente do preço do Brent e a desvalorização do dólar sobre o real.

Em função disso, a Petrobras precisará fazer ajustes em relação ao preço futuro do Brent, de um patamar de US$ 95 o barril no longo prazo a partir de 2018 para US$ 85 o barril, e também da capacidade de geração de caixa.

"Com o Brent mais baixo e o real mais depreciado, teremos uma diferença na geração de nossas receitas e financiabilidade. A partir do ano que vem nos tornaremos exportadores (de petróleo) e então será bom um Brent mais valorizado. E também um real mais depreciado. Mas todas essas variações são muito recentes", afirmou a executiva.

Embora as mudanças no cenário sejam importantes para definir a saúde financeira futura da estatal, a companhia não planeja divulgar um novo plano de negócios e gestão já no início de 2015.

Graça Foster prevê que este material será divulgado somente entre abril e maio de 2015.

Reajustes

A presidente da Petrobrás afirmou que a companhia está revisando seu plano de negócios para atender à mudança no cenário macroeconômico, com a queda da cotação do petróleo e recente alta do dólar.

Graça também mencionou novos reajustes de preço "como forma de recomposição de caixa", projetando reajustes mais frequentes em 2015, mas com porcentuais menores.

"Uma forma de recompor o caixa são reajustes ao longo do próximo ano. Trabalhamos com reajustes menores, mas com frequência maior, para que possam recompor nosso caixa", afirmou a presidente da estatal, destacando também que poderá fazer novos desinvestimentos.

Segundo a executiva, as mudanças ainda são recentes, e estão sendo analisadas pela companhia. A presidente classificou as alterações no cenário como positivas para a companhia.

"O Brent menor para nós é bom, por que temos ainda uma diferença sobre perdas que tivemos anteriormente. É importante recuperarmos essas perdas hoje", afirmou, ressaltando que a comparação entre os custos das reservas de outros países é "favorável" à estatal.

Fluxo de caixa

Segundo o diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o fluxo de caixa da estatal melhorou com o aumento da produção de petróleo e com o reajuste dos preços dos combustíveis.

Além disso, a queda da cotação do petróleo no mercado internacional está contribuindo para reduzir os custos com a importação da matéria-prima, complementou.

O diretor financeiro da empresa afirmou ainda que o ano de 2015 será "pouco onerado com dívida".

"O trabalho que a gente faz é aumentar o prazo médio da dívida. Esse é um trabalho que tem sido feito de longa data e o foi para 2015", afirmou Barbassa, ressaltando que, no ano que vem, a empresa terá menos dívida do que na média dos últimos anos.

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