Quarentenas continuam a frustrar viajantes e a afetar companhias aéreas após um ano de pandemia. Com a ameaça de variantes altamente contagiosas do coronavírus, os isolamentos obrigatórios estão cada vez mais longos e rígidos (Germano Lüders/Exame)
Leo Branco
Publicado em 24 de fevereiro de 2021 às 15h26.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2021 às 15h26.
Quarentenas continuam a frustrar viajantes e a afetar companhias aéreas após um ano de pandemia. Com a ameaça de variantes altamente contagiosas do coronavírus, os isolamentos obrigatórios estão cada vez mais longos e rígidos.
A vacinação incentiva países como Israel e Reino Unido a planejarem a reabertura, mas autoridades globais apertam as regras para impedir que as variantes da Covid-19 escapem dos modelos de quarentena pensados para conter um vírus menos agressivo. Com perguntas no ar sobre a eficácia das vacinas contra cepas, esta nova frente na batalha de saúde pública mina as esperanças de uma rápida recuperação das viagens aéreas internacionais.
Embora o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tenha dito na segunda-feira que as viagens ao exterior poderiam começar em 17 de maio, o que provocou um salto das reservas de voos, a Inglaterra acaba de colocar em prática suas restrições de fronteira mais rigorosas da pandemia, com a exigência de quarentena de 10 dias em hotel para cidadãos britânicos e irlandeses e residentes vindos de dezenas de países.
Ao mesmo tempo, em lugares que tiveram mais sucesso em impedir a entrada do vírus, as regras de quarentena estão sendo reforçadas e autoridades agora adotam um tom mais cauteloso sobre quando as viagens podem ser retomadas. As autoridades em Melbourne elaboram planos para unidades de isolamento customizadas fora da cidade. Hong Kong tem uma das políticas mais radicais: um isolamento de 21 dias em hotel aguarda residentes que chegam de fora da China.
Os diferentes requisitos neutralizam a busca de companhias aéreas por uma resposta global padronizada para que as pessoas retomem as viagens aéreas. A proposta da Associação Internacional de Transporte Aéreo de certificados de testes ou vacinação para substituir quarentenas não ganhou força junto aos governos.
“Não podemos falar seriamente sobre recuperação enquanto requisitos de quarentena estiverem em vigor”, disse Volodymyr Bilotkach, especialista em gestão de transporte aéreo no Instituto de Tecnologia de Cingapura. “Os países continuam criando e mudando regras.”