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Quanto Itaú, Bradesco e BB podem se dar mal com o crédito para veículos

Com o aumento do calote nos financiamentos para a compra de automóveis, aumenta a dúvida sobre uma bolha no setor

Concessionária: crédito automotivo não deve prejudicar os bancos, segundo o Santander (Getty Images)

Concessionária: crédito automotivo não deve prejudicar os bancos, segundo o Santander (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2012 às 13h57.

São Paulo – Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander – os quatro maiores bancos em operação no país – detêm mais de 80% dos financiamentos para a compra de automóveis. Trata-se de uma carteira avaliada em 201 bilhões de reais.

Tamanha concentração causa, em parte do mercado, preocupação sobre as possíveis consequências de um eventual estouro do calote nesta área. Afinal, os balanços dos bancos no primeiro trimestre mostraram um aumento de inadimplência, cujo reflexo foi a maior provisão para créditos duvidosos.

A situação, porém, não deve escapar ao controle. Pelo menos, esta é a avaliação do banco Santander, em relatório assinado pelos analistas Henrique Navarro e Renato Schuetz. “Não acreditamos que o segmento de financiamento de veículos no Brasil venha a representar um problema sistêmico para a indústria de serviços financeiros”, afirmam.

O fantasma, claro, é que o crédito automotivo seja, no Brasil, o equivalente ao subprime que detonou a crise americana em 2008 – os títulos de crédito podre gerados pelas hipotecas imobiliárias daquele país.

O relatório do Santander analisou a situação do Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil. Veja, a seguir, suas principais conclusões:

Itaú Unibanco

O banco lidera o mercado de crédito automotivo. No primeiro trimestre, as operações do Itaú Unibanco responderam por cerca de 33% da carteira total do setor. Para o banco, porém, o financiamento de veículos equivale a 15% de sua carteira total.

O Itaú Unibanco estima que as provisões para créditos duvidosos, na carteira automotiva, ficarão entre 6 e 6,4 bilhões de reais no segundo trimestre. Para o terceiro trimestre, a faixa é de 6,5 bilhões a 7,1 bilhões. Os níveis foram considerados “altos” pelos analistas do Santander. O Itaú não divulgou sua estimativa de provisão para o final do ano.


Bradesco

O financiamento de automóveis respondeu por 8% das operações de crédito do Bradesco no primeiro trimestre. O banco estima que essa carteira deva crescer de 4% a 8% neste ano. A previsão é bem menor do que a da carteira total de crédito, que ficará entre 18% a 22%.

A única observação do Santander em relação ao perfil da carteira do Bradesco é que, embora represente um pequeno percentual de suas operações totais, o financiamento automotivo corresponde a 30% da carteira de crédito a pessoas físicas.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil, em si, conta com pouca exposição ao crédito automotivo. Essas operações equivalem a 3% de sua carteira total. O problema é o Banco Votorantim, do qual detém praticamente 50% do capital. Quando se consolida a participação do BB no Votorantim, o peso do crédito automotivo para o banco estatal passa a 6% de sua carteira total.

Olhando apenas para o Votorantim, a exposição é bem maior. No primeiro trimestre, 59% da carteira do banco era formada por financiamento de veículos. Segundo o Santander, quando se soma a parcela de crédito automotivo classificada como securitização, cessão de crédito e FIDCs, o Votorantim surge como o segundo maior operador de crédito automotivo do país, com 20% do mercado.

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