O presidente americano, Joe Biden, durante a COP26: os EUA ocupam o topo do ranking dos principais responsáveis pelas emissões de gases causadores do efeito estufa (Andy Buchanan/Pool/Getty Images)
Com o fim da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), as discussões sobre mudança climática ganham ainda mais corpo. Mas a verdade é que a emissão de gases que contribuem para agravar o efeito estufa vem de longa data.
A quantidade acumulada de dióxido de carbono (CO2) emitida desde o início da Revolução Industrial está diretamente ligada ao aquecimento do planeta. No total, as sociedades colocaram na atmosfera cerca de 2.500 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2) desde 1850.
Isso significa que, no final de 2021, o mundo terá queimado, coletivamente, cerca de 86% do orçamento de carbono para manter o aquecimento global abaixo de 1,5º C, segundo uma análise publicada pela CarbonBrief, plataforma do Reino Unido que gera informações sobre ciência do clima com base em dados.
O levantamento mapeou, ainda, os principais responsáveis pelas emissões de gases causadores do efeito estufa.
No topo do ranking aparecem os Estados Unidos, que liberaram mais de 509 GtCO2 desde 1850 e são responsáveis pela maior parcela das emissões históricas, de acordo com a análise da Carbon Brief, com cerca de 20% do total global.
A China ocupa o segundo lugar, mas relativamente distante do primeiro, com 11% do total global emitido. Na sequência aparecem a Rússia (7%), o Brasil (5%) e a Indonésia (4%), que surge entre os dez maiores emissores históricos devido ao CO2 de suas terras.
Grandes países europeus como Alemanha e Reino Unido respondem por 4% e 3% do total global, respectivamente, sem incluir suas emissões estrangeiras sob domínio colonial.
Países com as maiores emissões acumuladas (1850 e 2021)*
EUA: 509,1
China: 284,4
Rússia: 172,5
Brasil: 112,9
Indonésia: 102,5
Alemanha: 88,5
Índia: 85,7
Reino Unido: 74,9
Japão: 66,7
Canadá: 65,5
*em GtCO2
Fonte: CarbonBrief
A CarbonBrief explica que esses totais nacionais são baseados nas emissões territoriais de CO2, e refletem onde as emissões ocorrem. Além disso, a análise examina o impacto das emissões com base no consumo, a fim de refletir o comércio de bens e serviços intensivos em carbono.
Essas contas só estão disponíveis nas últimas décadas, embora o comércio tenha influenciado os totais nacionais ao longo da história moderna. A análise explora, então, os números em relação à população, e aí países como China e Índia caem no ranking.