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Recuperações extrajudiciais somam R$ 9,8 bilhões em 2025. Quais são as maiores dívidas?

Os cinco maiores pedidos extrajudiciais do ano somam mais de R$ 7 bilhões em dívidas

Lavoro: empresa fez pedido de recuperação extrajudicial com R$ 2,55 bilhões em dívidas (Divulgação/Divulgação)

Lavoro: empresa fez pedido de recuperação extrajudicial com R$ 2,55 bilhões em dívidas (Divulgação/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 4 de outubro de 2025 às 06h06.

Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 10h01.

Seis novos pedidos de recuperação extrajudicial foram registrados em setembro, somando R$ 604 milhões em dívidas, segundo dados do Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (OBRE). Com isso, o total de casos em 2025 chega a 41, com débitos acumulados de R$ 9,88 bilhões.

Criado em 2022, o OBRE acompanha pedidos de homologação e planos de recuperação, reunindo dados sobre o uso do mecanismo no país e ajudando investidores, credores e empresas a entenderem o panorama das reestruturações corporativas.

São Paulo segue na liderança, com três novos pedidos no mês e 23 processos no acumulado do ano. Mas o maior pedido registrado em setembro veio de Santa Catarina: o Grupo Rech solicitou recuperação extrajudicial de R$ 526,8 milhões. O estado já soma três pedidos em 2025, superando os dois registrados em todo o ano anterior.

"Provavelmente fecharemos 2025 com um número de recuperações extrajudiciais semelhante ao do ano passado. Quanto ao volume de dívida, embora o total deva ser maior do que o do ano passado, há uma redução na mediana", diz a advogada Juliana Biolchi.

"Isso sinaliza uma utilização mais capilarizada da recuperação extrajudicial, em projetos de menor complexidade em termos do volume de dívida. Isso é muito positivo, mostra que o instituto está se consolidando como alternativa de reestruturação de empresas de todos os portes", conclui.

A recuperação extrajudicial permite que empresas renegociem suas dívidas diretamente com credores, fora do âmbito judicial. Desde a reforma de 2020, o mecanismo se tornou mais acessível, abrangendo dívidas bancárias, débitos com fornecedores, obrigações trabalhistas e benefícios fiscais federais.

Um ponto de atenção para o mercado é a discussão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a possibilidade de prorrogação do período de suspensão das cobranças durante pedidos provisórios de recuperação extrajudicial. Hoje, o prazo é de 90 dias e improrrogável, mas em alguns casos tem sido estendido. Nos casos de recuperação judicial, o STJ já reconheceu a possibilidade de prorrogação.

Os cinco maiores pedidos de recuperação extrajudicial de 2025

O destaque de 2025 são os grandes pedidos de recuperação extrajudicial, que juntos ultrapassam R$ 7 bilhões. Entre os principais estão:

  • Grupo Lavoro Agro: R$ 2,55 bilhões

  • Araguaia Níquel Metais: R$ 2,45 bilhões

  • Grupo Rio Alto: R$ 1,73 bilhão

  • Grupo Two Square: R$ 788,4 milhões

  • Grupo Rech: R$ 526,8 milhões

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