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Quais são as apostas mais quentes da Azul para o turismo no verão

Com aviões de até nove lugares, a Azul conecta aeroportos pequenos e próximos de cidades turísticas, como Ubatuba, SP, Paraty e Angra dos Reis, RJ

Porto de Galinhas: Para as viagens de fim de ano, a Azul Viagens fretou 100 voos semanais da companhia aérea para os principais destinos de verão (filipefrazao/Thinkstock)

Porto de Galinhas: Para as viagens de fim de ano, a Azul Viagens fretou 100 voos semanais da companhia aérea para os principais destinos de verão (filipefrazao/Thinkstock)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 06h00.

Mesmo com a pandemia, a agência de viagens da Azul ganhou espaço no mercado, passou a vender diretamente para o consumidor sem intermediação de agências de viagens e já fatura mais do que no ano passado.

No auge da pandemia, em abril, as vendas chegaram a 5% em relação ao mesmo mês no ano passado. A Azul chegou a operar 70 voos por dia com a pandemia, ante as 950 viagens diárias antes do impacto do coronavírus. Já em outubro, as vendas estão até maiores que no ano passado, com alta de 14%. A previsão para dezembro é vender de 25% a 30% mais do que no mesmo mês do ano passado.

Para as viagens de fim de ano, a Azul Viagens fretou 100 voos semanais da companhia aérea para os principais destinos de verão, como Porto Seguro, Porto de Galinhas, Maceió, Natal, entre outros. 

Outra estratégia para o turismo no fim de ano é a campanha Verão Azul Conecta. A partir da nova companhia aérea regional, criada a partir da aquisição da áerea Two Flex no início do ano, a Azul irá oferecer voos para aeroportos pequenos e próximos de cidades turísticas. 

Voos de Congonhas, SP, para Ubatuba, SP, Paraty e Angra dos Reis, RJ, são algumas das opções disponíveis. Essas viagens normalmente são feitas de carro e a ideia é atrair a classe A para voos menos cheios - os aviões têm até nove lugares. 

Ele não se preocupa, no entanto, com os riscos de uma segunda onda de contágio por conta do turismo. "Se as cidades continuarem respeitando protocolos, não teremos problemas", diz Bicudo. Em caso de uma segunda onda, o diretor diz que a empresa está bem protegida - a Azul fez uma captação de 1,8 bilhão de reais para fortalecer seu caixa. 

Principais estratégias para sobreviver à pandemia

Para se manter operando, a agência de viagens precisava gerar caixa. Por isso, vendeu bilhetes de viagens, pacotes para três a sete dias com voo, transporte terrestre e hospedagem, sem data estabelecida. A ideia era vender pacotes antecipadamente para que os consumidores agendassem as viagens para quando se sentissem seguros. 

Esses pacotes, já descontinuados, ajudaram a agência a se sustentar durante os piores meses. "Conseguimos trazer fluxo de caixa para nós e nossos parceiros, de agências de viagem a hotéis", diz Daniel Bicudo, diretor da Azul Viagens. Cerca de 20% das viagens vendidas desse pacote já foram agendadas ou realizadas.

Outra maneira de impulsionar as vendas foi tirar os intermediários e vender diretamente ao consumidor final. A Azul Viagens passou a entrar em contato diretamente com os hotéis e resorts para oferecer preços ainda mais atrativos para os consumidores. Além de eliminar a comissão de agências intermediárias, os hotéis abriram mão de margens para que a Azul pudesse dar descontos maiores na outra ponta aos turistas.

"Vimos muitas agências pequenas quebrando, então ganhamos mercado", diz Bicudo. Ainda que fosse pequena dentro do negócio da Azul Viagens, a participação das vendas diretamente ao consumidor dobrou nos últimos meses. As lojas próprias da Azul Viagens também sofreram - das 50 que havia antes da pandemia, 14 fecharam, sobrando 36.

A empresa de viagens também fortaleceu sua parceria com o programa de milhagem da Azul, o Tudo Azul, para ampliar as vendas. Na compra de um pacote de viagens, por exemplo, há mais opções de troca de pontos por traslados para e do aeroporto e por hospedagem. 

O grande divisor de águas para a retomada do turismo foi o feriado do dia 7 de setembro. De acordo com Bicudo, as pessoas se sentiram mais seguras para viagens e passeios ao ar livre e praias e resorts voltaram a encher. Destinos turísticos como Gramado, RS, também receberam uma onda de viajantes.

O tíquete médio cresceu cerca de 5%. Isso porque consumidores estão optando por resorts com pacote completo, para reduzir o risco de contaminação, uma opção mais cara. Além disso, ao deixar de viajar para o exterior, os gastos com pacotes de turismo nacional também são maiores, diz o diretor.

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