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Próxima aposta da Coca-Cola pode ser mistura de coquetéis

A companhia precisa ficar maior do que sua marca homônima para se transformar uma “empresa de bebidas completa”

 (Coca-Cola/Divulgação)

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Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 17h16.

Última atualização em 6 de novembro de 2017 às 17h19.

Os consumidores estão melhorando a água tônica dos gin tônica e a Coca-Cola quer entrar nesse mercado.

Em meio a uma expansão além dos refrigerantes gaseificados que a tornaram famosa, a Coca busca adquirir bebidas que combinem melhor com as preferências do consumidor moderno. O CEO James Quincey disse que a companhia precisa ficar maior do que sua marca homônima para se transformar uma “empresa de bebidas completa”. E escolheu um segmento que parece promissor: o de mixers, ou bebidas para combinar.

“Mais consumidores, especialmente adultos, estão procurando produtos únicos e diferentes com sabores sofisticados, ingredientes de qualidade e produção artesanal de menor escala”, disse Quincey em conferência com analistas no mês passado. “Os mixers estão renascendo em muitos lugares do mundo como parte dessa tendência.”

A gigante dos refrigerantes lançou uma linha de misturadores em garrafas de vidro na Espanha chamada Royal Bliss, disponível para compra só em bares e restaurantes. A empresa relançou a Schweppes no Reino Unido e adicionou uma extensão premium à marca, chamada Schweppes 1783. Mesmo assim, a empresa de 131 anos está à procura de sangue novo.

Esse é um bom sinal para a Q Drinks, uma startup de mixers premium cheia de conexões com a Coca-Cola. A empresa com sede no Brooklyn, nos EUA, tem um veterano da Coca como vice-presidente-executivo e o fundador da Honest Tea, comprada pela Coca em 2011, é membro do conselho. A First Beverage Group, fundo de private equity no qual a Coca-Cola investe para se conectar com pequenas empresas iniciantes, liderou a última rodada de captação de recursos da Q Drinks, de US$ 11 milhões.

Oportunidade de investimento

A Coca-Cola não fez nenhum investimento direto na Q Drinks. Ainda assim, a ligação indireta ajuda, disse o fundador e CEO Jordan Silbert.

"Não se trata de convencer a Coca-Cola a fazer um investimento”, disse Silbert, em entrevista. “Eles olham para esse segmento sob uma perspectiva de oportunidade e acho que há uma ótima oportunidade.”

Silbert fundou a Q Drinks considerando que as pessoas estavam bebendo destilados melhores, mas usando os mesmos misturadores de baixa qualidade. Ele conta que percebeu o problema sozinho, tomando gim-tônica com amigos no quintal, no Brooklyn.

Agora, a Q Drinks e a Fevertree Drinks, outra marca de mixers de alto padrão, com sede em Londres, estão preenchendo a lacuna. As ações da Fevertree subiram 72 por cento neste ano até o fechamento de sexta-feira. O desempenho contrasta com a alta de 9,4 por cento da Coca-Cola.

A Q Drinks produz sete sabores: cerveja de gengibre, água tônica, ginger ale, club soda, refrigerante de grapefruit, água tônica indian e Kola.

“Os mixers artesanais estão explodindo agora e faz muito sentido”, disse Silbert. “Cada vez mais pessoas estão consumindo destilados premium e o cliente quer mesclar isso com um mixer de qualidade e sofisticação comparáveis.”

A expansão da Coca para novas categorias também é importante, já que sua linha básica está perdendo apelo entre os consumidores. O consumo de refrigerantes per capita nos EUA atingiu o menor nível em 31 anos em 2016, segundo a Beverage-Digest, uma publicação do setor.

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