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Proteste reprova 11 marcas de azeite em teste de qualidade

A associação fez um novo teste com marcas de azeite de oliva e constatou que cinco marcas nem podem ser consideradas azeites.

Azeite de oliva: restaurantes asiáticos começam a colocar o óleo nos pratos de seus cardápios.  (dulezidar/Thinkstock)

Azeite de oliva: restaurantes asiáticos começam a colocar o óleo nos pratos de seus cardápios. (dulezidar/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 10h21.

Última atualização em 20 de dezembro de 2017 às 15h30.

São Paulo – A Proteste, Associação Brasileira de Direitos do Consumidor, fez um novo teste com marcas de azeite de oliva e elencou as aprovadas e reprovadas.

Para a organização, cinco das 29 marcas analisadas nem deveriam ser classificadas como azeite, enquanto seis comercializam azeite virgem, e não extravirgem. Ao todo, foram 11 marcas reprovadas.

As marcas Borgel, Do Chefe, Lisboa, Malaguenza e Tradição Brasileira teriam azeites fraudados. “Esse foi o resultado que encontramos nos lotes específicos que avaliamos em laboratório. Além disso, nossas análises sensoriais mostraram que, na verdade, eles são azeites lampantes, ou seja, produtos indicados ao uso industrial, e não à alimentação humana, por seu cheiro forte e sua acidez elevada", afirmou a Proteste em seu relatório.

Por meio de uma análise sensorial, a Proteste também concluiu que os azeites das marcas Beirão, Broto Legal, La Española, Mondegão, Serrata e Tordesilha deveriam ser classificados como virgens, e não extravirgens, como se anuncia nos rótulos comercializados.

“A prática de vender um produto misturado como azeite de oliva puro não causa riscos ao organismo, mas lesa o seu bolso e as suas expectativas nutricionais: você paga mais caro por um item que deveria ser mais barato e essa mistura de óleos não vai trazer os benefícios à saúde que você esperava.”

Dos 11 azeites reprovados, quatro são envasados no Brasil: Lisboa, Malaguenza, Tordesilhas e Tradição Brasileira.

Para fazer o teste de qualidade dos azeites, a Proteste compra os produtos em mercados e os leva a laboratórios confidenciais, acreditados pelo Ministério da Agricultura (Mapa) e pelo Conselho Oleícola Internacional (COI). Alguns pontos analisados são acidez, análise sensorial, conservação, fraudes, qualidade e rotulagem. Veja mais detalhes do teste aqui.

A associação disse ter informado a ocorrência das fraudes ao Ministério Público, à Secretaria Nacional do Consumidor e ao Ministério da Agricultura.

Do outro lado da moeda, os produtos mais bem avaliados foram os das marcas Filippo Berio e O-live, enquanto os produtos Cocinero e Carrefour Discount foram identificados como os melhores resultados avaliando o custo-benefício.

Posicionamento

A Bunge, produtora do azeite La Española, enviou ao Site EXAME seu posicionamento:

Em relação ao resultado de testes com azeites de oliva, divulgado pela Proteste hoje, que classificou uma amostra do azeite La Española como "fora de tipo", a Bunge informa que os parâmetros iniciais do lote avaliado 29516 estavam dentro do determinado pela legislação no momento de sua classificação pelos órgãos reguladores.

Ocorre, entretanto, que tais parâmetros podem ser alterados em decorrência de condições inadequadas de armazenamento até chegar às mãos do consumidor. Por essa razão, novas análises estão sendo providenciadas.  

A Bunge esclarece também que esse resultado confirma que o produto não estava contaminado e/ou impróprio para consumo, nem foi considerado fraudado. A Bunge lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso com a qualidade e a transparência com os seus consumidores.

A Natural Alimentos, responsável pelo azeite Lisboa, também se pronunciou:

Trata-se de conteúdo amplamente divulgado no passado e que retorna agora não sabemos com qual intuito. 

Na época a empresa teve que demitir metade de seus colaboradores. De lá para cá, a Natural Alimentos trabalha arduamente para o fortalecimento da marca com outros produtos absolutamente dentro das legislações vigentes.     

Por esse motivo, ressaltamos que qualquer divulgação negativa acerca do nome Lisboa pode comprometer as vendas de outros produtos que levam a mesma marca.   

O lote mencionado não está  mais nos supermercados deste setembro de 2016.  A empresa o retirou das prateleiras por distorções de qualidade nos produtos importados e por isso também não comercializa mais desde o início desse ano. 

Atualmente são envasados pela Natural Alimentos óleos mistos e temperos a base de azeite de oliva saborizados, estritamente, adequados à legislação brasileira e, portanto, com produtos de qualidade e procedência autênticas.   

A Natural Alimentos foi a primeira empresa autorizada pela ANVISA a fabricar e comercializar óleo misto e temperos saborizados no Brasil. 

A Empresa cumpre restritamente a legislação brasileira em todos os aspectos em que atua. Somos uma empresa Brasileira de 12 anos, possuímos mais de 150 colaboradores (diretos e indiretos).   

O nosso time de profissionais incluindo engenheiros e técnicos em alimentos, administradores, gestores em saúde alimentar, especialistas em tecnologia e produção, trabalha com a missão de produzir produtos de alta qualidade e facilitar a vida do consumidor.   

Em comunicado, a Olivenza afirma: "Nós da OLIVENZA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS LTDA, estamos à disposição para análises necessárias dos órgãos competentes de avaliação dos produtos, afinal, primamos pela qualidade atendendo sempre os requisitos exigidos. Em direito de resposta, informamos que o laudo do azeite Malaguenza da marca Olivenza - representado pela ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publicado em 31 de março de 2017, causa indignação, pois a empresa foi cerceada da contraprova, uma vez que no momento da abertura dos produtos para o ensaio estava rompida e violada amostra, impossibilitando a perícia. Conclui-se, portanto, que a Olivenza está isenta de qualquer irregularidade não resolvida, já que o ocorrido independe da mesma tornando-se injustas alegações desta natureza. Em todo caso, as providências necessárias estão sendo tomadas e estamos abertos para demais esclarecimentos."

As marcas Broto Legal, Beirão, Mondegão e Serrata foram contatadas por e-mail ou por formulários em seus sites e, até o fechamento desta reportagem, não responderam ao pedido de posicionamento. As marcas Borgel, Do Chefe, Tradição Brasileira e Tordesilhas não foram localizadas.

Matéria atualizada às 15h30 do dia 20/12 para incluir posicionamento das empresas.

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