Negócios

Promotiva planeja fazer R$ 7 bilhões em consignado por ano

A joint venture do Banco do Brasil com o Banco Votorantim iniciou operação em larga escala e está gerando cerca de R$ 500 milhões mensais em crédito consignado


	Real: "a nossa meta é que essa média suba para 600 milhões de reais até o fim do ano", disse o diretor comercial da Promotiva, Ricardo Lot
 (Agência Brasil)

Real: "a nossa meta é que essa média suba para 600 milhões de reais até o fim do ano", disse o diretor comercial da Promotiva, Ricardo Lot (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2016 às 21h23.

São Paulo - A Promotiva, joint venture do Banco do Brasil com o Banco Votorantim, iniciou recentemente sua operação em larga escala e já está gerando cerca de 500 milhões de reais mensais em crédito consignado, disse um executivo à Reuters.

"A nossa meta é que essa média suba para 600 milhões de reais até o fim do ano", disse o diretor comercial da Promotiva, Ricardo Lot.

A Promotiva é um veículo para vender produtos do BB a não correntistas, ocupando um segmento no qual o banco tem sido pouco competitivo com rivais privados.

Em breve, a promotora de vendas deve começar a ofertar seguros, capitalização, plano odontológico e cartões de crédito. O plano original era que o negócio tivesse começado a operar já no começo do ano passado, com estrutura própria em cada Estado do país, logo após ter recebido aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Mas devido a fatores como a crise econômica e à discussão do modelo de negócios com os correspondentes bancários, o negócio foi redimensionado, e começou a operar em no segundo trimestre deste ano. Hoje, a equipe própria da Promotiva tem cerca de 40 pessoas.

A promotora de vendas é a aposta do BB para calibrar seu negócio de consignado, uma das poucas linhas de crédito cuja expansão tem resistido à recessão econômica e que hoje responde por cerca de 14 por cento dos financiamentos do banco a pessoas físicas. Com a ajuda da promotora, o banco espera que essa fatia chegue a 20 por cento num cenário não muito distante.

Mesmo diante da maior cautela do setor com o crédito com desconto em folha, dada a crise financeira que tem levado governos regionais a atrasar o pagamento do funcionalismo, um dos principais públicos-alvo do produto, os bancos ainda veem o negócio como comparativamente menos arriscado do que linhas como cheque especial, por exemplo.

"Vamos explorar os segmentos de mercado cuja rentabilidade é menor e não interessa tanto para atendimento pela estrutura bancária; esses o BB vai passar pra nós", disse Lot. "Nos casos em que não for possível vender o consignado, podemos trabalhar com o CDC salário."

Diferente do consignado, que vale apenas para casos em que o empregador tem convênio com o banco, no Crédito Direto ao Consumidor (CDC) salário é o próprio tomador que acerta o crédito com a instituição financeira.

Pelo lado do Votorantim, banco no qual o BB tem metade do capital, o negócio é a oportunidade de diversificar receitas, após anos encolhendo sob os efeitos de uma das piores crises do setor automotivo brasileiro, grande fonte de receita da instituição financeira. A expectativa é que a Promotiva responda por 8 a 10 por cento do lucro do Votorantim daqui a 5 anos.

Após alguns meses em fase piloto, a Promotiva montou uma estrutura nacional com 108 correspondentes bancários, número que deve chegar a 200 até o fim do ano, fortalecendo a estrutura em especial do Sul do país.

Para se tornar parceiro da Promotiva, todos os correspondentes, no jargão do mercado conhecidos como pastinhas, tiveram que aceitar exclusividade.

"Estamos trabalhando com um conceito novo, não aceitamos multimarcas", disse Lot.

O modelo é um caminho encontrado pelo promotora para evitar a repetição de problemas antigos do mercado de consignado, em que correspondentes trabalhando simultaneamente com vários bancos acabavam provocando uma disputa predatória do setor, além de vários episódios de fraudes, o que levou o Banco Central a criar regras mais rígidas para esse mercado no fim de 2014.

Lot já adianta que posteriormente essa rede de correspondentes pode passar por um filtro, sendo reduzida para cerca de 150 unidades nos anos seguintes. Por ora, clientes finais não conhecerão a marca Promotiva, já que todos os produtos vendidos serão do BB. Posteriormente, os planos podem mudar.

"No futuro, teremos lojas físicas", disse Lot.

Acompanhe tudo sobre:BancosBB – Banco do BrasilEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasFinanças

Mais de Negócios

Jurada do Shark Tank, ela transformou US$ 60 mil em dívidas em um negócio que fatura US$ 100 milhões

Startup quer facilitar a compra da casa própria e mira faturar R$ 17 milhões

Startup do Recife cria “leilão reverso” para vender seguro de vida mais barato e personalizado

JD.com e Tmall superam expectativas no Double 11 com alta de vendas e recordes