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Projeto Olímpico: os dois planos de Eike para salvar a OGX

Injeção de capital, transformação de dívidas em ações, venda de ativos – veja o que a OGX negociou, sem sucesso, com credores


	Eike, dono da OGX: muitas apresentações, mas sem convencer os credores sobre o resgate da empresa
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Eike, dono da OGX: muitas apresentações, mas sem convencer os credores sobre o resgate da empresa (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2013 às 05h12.

São Paulo – A OGX comunicou, nesta terça-feira, que encerrou oficialmente as conversas com os credores dos bonds que venceram no começo do mês. A negociação não chegou a um acordo, mas a OGX publicou, em seu site, as propostas que foram apresentadas.

A problemática petroleira de Eike Batista ressalta que nenhuma destas propostas pode ser mais considerada como válida, já que não houve acordo com os credores. Batizada de “Project Olympic” pelos seus assessores, o Blackstone e a Lazard, o “Projeto Olímpico” continha dois cenários básicos e um núcleo de propostas em comum para ambos.

Primeiro passo

O núcleo comum das propostas girava em torno de injeção de capital e conversão de dívidas em ações. Em linhas gerais, o que foi proposto era a injeção de 300 milhões de dólares por meio de uma dívida securitizada. O prazo para que isso ocorresse seria imediatamente, ou na oficialização do pedido de recuperação judicial.

Esse núcleo comum também previa uma oferta privada de ações no valor de 200 milhões de dólares, que seria realizada até dezembro. Esses papéis poderiam ser subscritos pelos detentores de bonds da OGX ou por terceiros.

Além disso, a empresa propôs a conversão de sua dívida de 3,6 bilhões de dólares, representadas pelo bonds, em ações. O prazo para essa conversão seria dezembro também.

O plano básico propunha que o controlador, no caso, Eike Batista, continuasse com mais de 50% da OGX. Essa situação permaneceria apenas até a sua diluição, em meio à reestruturação. Eike teria que concordar em votar a favor da recuperação judicial e da emissão de novas ações para a reestruturação.

Segundo passo

Esta parte comum visava à renegociação da dívida da OGX e à obtenção de um pouco de dinheiro para que a empresa continue operando. É claro que os credores ainda teriam que saber como iriam recuperar o dinheiro que, eventualmente, colocariam na petroleira.

Por isso, foram oferecidos dois cenários para a OGX. No primeiro, a venda de 40% dos blocos de petróleo para a malaia Petronas não seria concluída. Em seu lugar, o campo de Maranhão seria vendido.


Neste cenário, o fluxo de caixa operacional livre só ficaria positivo a partir de 2014, com uma geração de 561,1 milhões de dólares. Esse indicador é importante, porque é com ele que os credores e acionistas calculam quando poderão começar a recuperar seu dinheiro.

Batendo o Martelo

No segundo cenário, com uma venda mais radical de ativos, a Petronas efetivamente concluiria a aquisição dos blocos de petróleo e o campo do Maranhão seria vendida.

Para convencer os malaios a concluir o negócio, a OGX estudava oferecer os seguintes termos: a Petronas desembolsaria 300 milhões de dólares no pedido de recuperação judicial; mais 300 milhões na aprovação do plano de recuperação pela assembleia de credores. Além disso, a Petronas deveria reembolsar o equivalente a 40% do que já foi investido em Tubarão Martelo após 1º de maio deste ano. A OGX também abriria mão de uma plataforma.

Os planos, porém, não foram suficientes para convencer os credores. A OGX jogou a toalha nas conversas e, agora, a possibilidade de recuperação judicial ou falência é vista como cada vez mais próxima pelos analistas. Nem os deuses do Olimpo parecem capazes de salvar a petroleira de Eike, a esta altura.

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