Trem passa por mina da Anglo Platinum em Rustenburg: produtora de platina afirmou que planeja cortar a produção em cerca de 20% (Siphiwe Sibeko/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 15h17.
Johanesburgo - A Anglo American Platinum, maior produtora de platina no mundo, vai paralisar duas minas na África do Sul, venderá uma outra e cortará 14 mil postos de trabalho para restaurar sua lucratividade, decisão que pode repetir as greves que no ano passado resultaram em 50 mortes.
A esperada revisão de negócios anunciada pela empresa nesta terça-feira, a produtora de platina afirmou que planeja cortar a produção em cerca de 20 por cento, para 400 mil onças. A Anglo American Platinum é controlada em 80 por cento pela Anglo American.
O preço da platina subiu 1,6 por cento, superando o ouro pela primeira vez em dez meses, após o anúncio.
A resposta dos trabalhadores foi imediata, com o líder sindical da Amplats ameaçando anúncio de greve nas operações sul-africanas.
"Se colocarem qualquer mina em manutenção, todas as operações vão parar. Não aceitaremos nada disso", afirmou o líder sindical Evans Ramogka, que responde pela base da cidade de Rustenburg, onde haverá a maioria dos cortes.
Os 14 mil postos que serão cortados representam 3 por cento dos empregos em mineração na África do Sul, onde a taxa de desocupação é de 25 por cento.
Na segunda-feira, a companhia avisou que provavelmente terá prejuízo por causa das greves em 2012, centradas em Rustenburg.
A companhia disse que duas minas em Rustenburg --Khuseleka e Khomanani-- serão colocadas em "manutenção e cuidado de longo prazo", quando as minas são mantidas, mas não operadas, para que possam ser retomadas no futuro.
A companhia também anunciou que fará "desinvestimento nas minas Union no momento adequado para maximizar o valor sob outra administração". A Reuters tinha adiantado na segunda-feira que a companhia venderia a Union.