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Produtora de cannabis compra cidade no Velho Oeste dos EUA

American Green adquiriu o povoado de Nipton, na Califórnia, por cerca de US$ 5 milhões e planeja investir até US$ 2,5 milhões nos próximos 18 meses

Maconha: um em cada cinco adultos americanos pode consumir como quiserem a planta que costumava ser tabu (Getty Images/Getty Images)

Maconha: um em cada cinco adultos americanos pode consumir como quiserem a planta que costumava ser tabu (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 14h12.

A American Green, uma fabricante de produtos de cannabis, está dando um passo incomum para atrair novos clientes e aproveitar a legalização da maconha na Califórnia: a empresa está comprando uma cidade inteira.

A companhia adquiriu o povoado de Nipton, na Califórnia, por cerca de US$ 5 milhões e planeja investir até US$ 2,5 milhões nos próximos 18 meses para criar um destino turístico afim com a maconha. A compra inclui 48 hectares de terra, com uma loja geral, um hotel, um prédio escolar e termas minerais.

A American Green, com sede em Tempe, Arizona, vai usar as estruturas existentes e construir outras — equipadas com energia de fontes renováveis — para revitalizar a cidade, disse o gerente do projeto, Stephen Shearin. Idealmente, a iniciativa será imitada por outros, disse ele.

"Mostrar que existe um modo viável de ter um município afim com a cannabis e, além disso, independente em termos de energia, pode ser uma maneira de realmente inspirar as pessoas a dizer: ‘Por que não podemos fazer isso aqui?’", disse ele.

A iniciativa mostra até que ponto a maconha saiu da clandestinidade, apesar da incerteza em torno da política federal dos EUA.

Agora que o uso recreativo e medicinal da maconha foi legalizado na Califórnia, em Nevada e em outros seis estados, um em cada cinco adultos americanos pode consumir como quiserem a planta que costumava ser tabu. Isso criou uma oportunidade para que as empresas tentem transformar a cannabis em um produto mais massivo.

Turismo de nicho

Pamela Johnston, vice-presidente sênior da Electrum Partners, uma empresa de assessoramento e consultoria da indústria da cannabis, disse que as restrições ao uso e à disponibilidade da maconha limitavam as atividades relacionadas com o turismo, mas projeta que esse turismo vai se equiparar a outros tipos de viagem em pouco tempo.

"Em um piscar de olhos, vai ultrapassar outros nichos de viagem por afinidade", como o vinho, disse ela.

Nipton, com cerca de 20 habitantes, fica no Condado de San Bernardino, da Califórnia, ao lado da Reserva Nacional Mojave e em frente à fronteira com Nevada. O povoado fica a cerca de três horas de carro de Los Angeles e apenas uma hora de Las Vegas. As temperaturas chegam a mais de 37,7 graus Celsius nos meses do verão.

A antiga cidade mineira já atrai visitantes devido à sua localização, na estrada e na ferrovia entre essas duas cidades grandes, disse Shearin. Ele acredita que a curiosidade em relação à maconha atrairá mais gente.

Reações diversas

As cidades pequenas tiveram reações distintas à maconha, inclusive nos estados que aprovaram a legalização. É por isso que a American Green decidiu encarar esse projeto: a empresa quer demonstrar os benefícios que a cannabis pode oferecer.

O setor precisa dessa aceitação mais ampla para estimular o crescimento. A Cowen & Co., fornecedora de investimentos e serviços bancários, é otimista em relação ao sucesso das empresas e projeta que os negócios ligados à maconha legalizada crescerão de US$ 6 bilhões em 2016 para US$ 50 bilhões até 2026.

"A corrida do ouro ergueu esta cidade", disse Shearin. "A corrida da maconha pode mantê-la viva como as pessoas imaginavam anos atrás."

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