Negócios

Produtor de grãos Bom Jesus pede recuperação judicial

Um dos maiores produtores de milho e soja do Brasil, o grupo Bom Jesus pediu recuperação judicial


	Colheita de milho: grupo Bom Jesus não conseguiu renegociar dívida de cerca de R$ 3 bilhões diretamente com credores
 (Mayke Toscano/Secom-MT)

Colheita de milho: grupo Bom Jesus não conseguiu renegociar dívida de cerca de R$ 3 bilhões diretamente com credores (Mayke Toscano/Secom-MT)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 13h39.

O Grupo Bom Jesus, um dos maiores produtores brasileiros de milho e soja, entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira depois de não conseguir chegar a um acordo com seus credores, segundo o advogado da companhia.

A empresa baseada em Rondonópolis, Mato Grosso, buscou proteção judicial após alguns credores tentarem arrestar bens da companhia, disse o CEO Nelson Vigolo na quarta-feira em uma entrevista por telefone.

"Nós estávamos esperando por um acordo até ontem, mas alguns credores continuaram a atacar nossos ativos e bloquear os nossos pagamentos", disse Vigolo.

O Bom Jesus está entre grupos de produtores brasileiros pressionados pelo aumento do custo do serviço da dívida denominada em dólar após a desvalorização do real enquanto também enfrenta preços mais baixos das commodities e condições de crédito mais restritivas.

O pedido foi feito terça-feira no mesmo tribunal em Rondonópolis que, apenas uma semana antes, havia concedido uma preliminar recuperação judicial já que o Grupo Bom Jesus havia tentado chegar a um acordo com os bancos e fornecedores.

A dívida total da empresa de capital fechado é de cerca de R$ 3 bilhões, disse Joel Thomaz Bastos, sócio da DCA Advogados, um escritório de advocacia contratado pelo Bom Jesus.

O Grupo Bom Jesus cultiva soja, milho e algodão em 250.000 hectares na região Centro-Oeste do Brasil. Também vende sementes e fertilizantes para agricultores em operações de barter.

A dívida da empresa aumentou em parte devido a inadimplência de clientes, disse Vigolo. Cerca de 90 por cento da dívida bancária da empresa é denominada em dólar, disse ele.

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesEmpresasMato GrossoMilhoRecuperações judiciaisSoja

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem