Vale: mineradora divulgou o relatório de produção nesta segunda-feira (Washington Alves/Reuters)
Reuters
Publicado em 14 de outubro de 2019 às 10h53.
Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 10h56.
São Paulo - A produção de minério de ferro da Vale somou 86,7 milhões de toneladas no terceiro trimestre, avanço de 35,4% frente ao trimestre anterior, embora tenha recuado 17,4% na comparação com mesmo período do ano passado, informou a companhia em relatório de produção nesta segunda-feira.
A Vale disse que a recuperação trimestral reflete a retomada das operações de Brucutu e o retorno parcial das operações de processamento a seco no Complexo Vargem Grande, anunciados em junho e julho, e projetou a volta à normalidade em mais capacidade.
"A Vale espera retomar a produção remanescente de aproximadamente 50 milhões de toneladas até o final de 2021, uma vez que diversos marcos foram alcançados e outros estão em andamento", acrescentou a companhia no relatório.
A empresa citou como exemplo da aprovação de testes de gatilho na mina para retomar as operações de processamento a seco e a autorização de testes de gatilho no TFA (Terminal Ferroviário de Andaime), "um passo importante para desengargalar a logística do Complexo de Vargem Grande".
A produção de pelotas da Vale no terceiro trimestre foi de 11,13 milhões de toneladas, com alta de 22,7% ante o período entre abril e junho e queda de 19,8% na comparação anual.
As vendas de minério de ferro no período foram de 74 milhões de toneladas, com queda de 11,8% na comparação anual e alta de 19,5% no trimestre. As vendas de pelotas somaram 11,07 milhões de toneladas, 22,3% abaixo do registrado no mesmo trimestre do ano anterior, mas 25,3% superiores às do segundo trimestre.
A companhia reafirmou sua projeção para as vendas de minério de ferro e pelotas, de entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas, "com expectativa de vendas próximas ao centro da faixa".
A projeção da Vale para produção de pelotas foi revisado em setembro para 43 milhões de toneladas, de 45 milhões anunciados anteriormente.
O analista do BTG Pactual Leonardo Correa, que tinha expectativa de 85 milhões de toneladas, disse que os dados corroboram sua expectativa de um Ebitda de entre 4,9 bilhões e 5 bilhões de dólares de julho a setembro.
Citando cálculos próprios, Correa disse que, para a Vale entregar 320 milhões de toneladas de embarques de minério de ferro em 2019, o quarto trimestre deve ser o mais forte do ano, de longe. "Assim, o caminho de recuperação da Vale em volumes de minério de ferro está progredindo sem problemas e esperamos que essa tendência continue em 2020-21".
Ele destacou, contudo, que mantém a visão de que a Vale poderá levar alguns anos para atingir perto de 400 milhões de toneladas anuais em capacidade.
"Em relação aos resultados do terceiro trimestre de 2019, acreditamos que nossa previsão de Ebitda em cerca de 4,9 bilhões de dólares esta garantida: com volumes maiores sendo parcialmente compensados por menores realizações de preços de minério de ferro (por menores prêmios por qualidade) e taxas de frete mais altas", disse, reiterando recomendação de compra para as ações.
Correa também avaliou que a Vale divulgou números muito melhores em sua divisão de minério de ferro para o terceiro trimestre, impulsionada pela normalização nas operações a seco de Brucutu e Vargem Grande. No caso dos embarques de níquel e cobre, considerou que foram dados decentes, enquanto os volumes de carvão continuaram decepcionando.
"Embora as ações da Vale estejam inegavelmente baratas, basicamente sob qualquer métrica, acreditamos que o 'de-risking' das ações será um processo gradual", destacou.
Por volta das 10:45, os papéis da Vale caíam 1,75%, a 47,79 reais, enquanto o Ibovespa recuava 0,02%.
A produção de níquel da Vale no terceiro trimestre foi de 51,4 mil de toneladas, alta de 14,2% ante o trimestre anterior e queda de 7,7% na comparação anual.
Em cobre, a produção somou 98,3 mil toneladas, estável frente ao trimestre anterior e com alta de 4% na comparação com mesmo período do ano anterior.
A produção de carvão da empresa foi de 2,35 milhões de toneladas no trimestre, queda de 0,8% frente ao segundo trimestre e com recuo de 26,4% na comparação anual.