Tripulação trabalha em uma plataforma de petróleo da Petrobras: produção de petróleo em dezembro atingiu média de 1,964 milhão de barris diários (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2014 às 15h02.
Rio de Janeiro/São Paulo - Com redução de 2,5 por cento na extração de petróleo em relação a 2012, a Petrobras não alcançou a meta de produção no Brasil no ano passado, mas a chegada de novas plataformas e os sucessivos recordes no pré-sal sinalizam crescimento em 2014.
A estatal informou nesta sexta-feira que atingiu média de 1,93 milhão de barris de petróleo por dia (bpd) em 2013, registrando a sua segunda queda anual consecutiva. A produção no ano passado também ficou levemente abaixo da meta de pelo menos 1,94 milhão de barris.
O fraco desempenho no primeiro semestre, com vários atrasos na entrada de novos sistemas produtivos e paradas para manutenção, já mostrava a forte probabilidade de uma queda no desempenho anual. O mercado esperava que a meta não fosse cumprida.
"A redução do volume produzido em 2013 decorreu, principalmente, do atraso na entrada em operação do campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, cuja sequência de interligação de poços à plataforma P-63 precisou ser revista em função da presença de corais no leito oceânico", informou a estatal.
Outros atrasos prejudicaram o desempenho da empresa, como a chegada tardia ao Brasil e dificuldades de instalação de equipamentos que permitiriam a interligação de novos poços nos campos de Sapinhoá e Lula NE, na Bacia de Santos.
Também ficou para depois do previsto o início da produção das plataformas P-55 e P-58, no campo de Roncador e no Parque das Baleias, respectivamente, na Bacia de Campos.
Reação
"Com a interligação de novos poços nessas unidades de produção, assim como nas plataformas P-62, no Módulo 4 do campo de Roncador, e P-61, no de Papa-Terra, ambas previstas para começar a produzir no primeiro semestre, a Petrobras terá estabelecido as condições necessárias para aumentar a produção ao longo de 2014", diz a estatal.
Nos últimos meses de 2013 a produção reagiu, com entrada de novos sistemas produtores, em movimento que deverá continuar ao longo deste ano.
A produção de petróleo em dezembro atingiu média de 1,964 milhão de barris diários, 0,4 por cento maior que a de novembro.
Contribuíram para o aumento da produção em dezembro, principalmente, a entrada em produção de novos poços nas plataformas P-26, no campo de Marlim, e P-56, no campo de Marlim Sul, ambos na Bacia de Campos.
"Esses novos poços em produção compensaram o desvio associado à parada programada da plataforma P-53, iniciada no final de novembro e concluída em dezembro, e a parada de produção da P-20, no campo de Marlim", informou a estatal.
A produção da P-20 foi interrompida no dia 27 de dezembro, para reparar danos causados por um incêndio. A unidade produzia 22 mil barris diários e deverá ser retomada neste trimestre, segundo a Petrobras.
As ações preferenciais da Petrobras exibiam alta de 2 por cento às 15h, a 15 reais, após operarem perto de uma estabilidade pela manhã.
Novos Poços
No dia 31 de dezembro, entrou em produção o Módulo 3 do campo de Roncador por meio da P-55. Ao longo do ano novos poços serão interligados a essa plataforma "contribuindo significativamente para o aumento da produção de 2014".
Está prevista para o primeiro trimestre de 2014 a entrada em produção da plataforma P-58, que está em fase final de instalação no Parque das Baleias, no pré-sal da Bacia de Campos.
Além da P-58, outras duas plataformas deverão começar a operar, ainda no primeiro semestre de 2014, no pós-sal da Bacia de Campos: a P-62, no módulo 4 do campo de Roncador; e a P-61, no campo de Papa-Terra. Ambas já chegaram à locação definitiva e estão em fase de instalação.
Mas os números de 2013 foram considerados fracos por analistas do Credit Suisse.
"A aceleração (na produção) está dolorosamente menor que o esperado, sem aumentos de produção nos últimos três meses (...) Precisaremos ver a produção começar a crescer para mostrar algumas melhoras até março, no máximo", disseram os analistas do Credit Suisse em nota a clientes.