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Problemas da família Espírito Santo aumentam com a Rioforte

Rioforte aumentou a lista das companhias da holding do clã que pediram proteção contra credores na Justiça


	Ciclista passa por uma agência do Banco Espírito Santo em Lisboa, Portugal
 (Mario Proenca/Bloomberg)

Ciclista passa por uma agência do Banco Espírito Santo em Lisboa, Portugal (Mario Proenca/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 20h52.

Lisboa - Os problemas da única dinastia de banqueiros de Portugal, a família Espírito Santo, se avolumaram nesta terça-feira após outra holding do clã pedir proteção contra credores na Justiça.

O anúncio da Rioforte foi publicado menos de uma hora depois do Banco Espírito Santo, fundado pela família, revelar que dois investidores pesos-pesados dos Estados Unidos tinham assumido uma participação combinada de quase 5 por cento no BES.

A Rioforte emprega cerca de 10.000 pessoas e possui os ativos não-financeiros da família, que incluem propriedades privadas em Portugal e participações em turismo, energia, saúde e agricultura do Brasil a Moçambique. A holding também tem uma fatia de 49,3 por cento no Espírito Santo Financial Group (ESFG), que detém 20 por cento do BES.

A Rioforte disse em um comunicado que pediu proteção contra seus credores porque não foi capaz de pagar algumas dívidas que tinham vencido a partir de 9 de julho.

A empresa falhou em pagar 897 milhões de euros (1,2 bilhão de dólares) à Portugal Telecom na semana passada, provocando a renegociação de planejada fusão da empresa portuguesa com a operadora brasileira Oi.

"A Rioforte acredita que uma reestruturação ordenada e transparente da empresa no contexto de um processo de gestão controlada irá permitir a sustentabilidade financeira a longo prazo da companhia", disse o comunicado, acrescentando que a empresa pode optar por uma venda de ativos.

A controladora da Rioforte, a Espírito Santo International, disse nesta terça-feira que tinha sido bem sucedida em um pedido de proteção contra credores que havia sido feito em Luxemburgo em 18 de julho.

A Rioforte devia 220 milhões de euros ao BES em 30 de junho, disse o banco anteriormente. Essas dívidas, além de mais 925 milhões de euros em empréstimos tomados do ESFG, tinham assustado alguns investidores do banco.

Os problemas nas holdings da família Espírito Santo também têm preocupado os investidores do BES, e suas ações caíram 60 por cento no mês passado.

Alguma luz foi vista nesta terça-feira, com o anúncio de que o banco de investimento Goldman Sachs adquiriu uma participação de 2,27 por cento no BES, enquanto o fundo de hedge norte-americano D.E. Shaw assumiu uma fatia de 2,7 por cento.

"É positivo que outros investidores institucionais estão mostrando confiança na franquia do BES e aparecendo no registro de ações", disse Ciaran Callaghan, analista sênior da Merrion Capital, em Dublin.

"Isso pode incentivar outros a entrar no barco e apoiar a recapitalização do banco, embora ainda reste saber se esses novos investidores serão comprometidos com a organização do BES e se tomarão participações de longo prazo na instituição."

O ESFG vendeu 4,99 por cento do banco em 14 de julho, a fim de pagar empréstimos.

O BES não pôde ser imediatamente contatado para comentar se o Goldman Sachs e o D.E. Shaw haviam comprado suas participações da família. Representantes do Goldman Sachs e D. E. Shaw em Nova York não estavam imediatamente disponíveis para comentar.

Nesta terça, o BES também anunciou que tinha designado o Deutsche Bank para assessorá-lo sobre formas de melhorar sua estrutura de balanço e disse que estava adiando seus resultados semestrais para 30 de julho. Os números eram originalmente esperados para 25 de julho.

O ESFG disse nesta terça-feira que vendeu parte do Banque Privée Espírito Santo, sua operação na Suíça, à CBH Compagnie Bancaire Helvetique. A empresa não forneceu detalhes sobre o tamanho da fatia ou o valor da transação.

Autoridades bancárias no Panamá afirmaram na semana passada que tinham assumido a unidade bancária do ESFG no país "para proteger e defender os interesses dos depositantes e credores da instituição, dada a falta de liquidez e potencial insolvência".

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