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Apresentado por AVB

Primeira usina siderúrgica carbono neutro, AVB agora mira em resíduo zero

A Aço Verde do Brasil utiliza exclusivamente energias renováveis, não queima combustíveis fósseis e reutiliza os coprodutos de sua produção

Produção da AVB: no ano passado, 83% dos resíduos e coprodutos gerados nos processos industriais foram reciclados (AVB/Divulgação)

Produção da AVB: no ano passado, 83% dos resíduos e coprodutos gerados nos processos industriais foram reciclados (AVB/Divulgação)

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Publicado em 6 de dezembro de 2021 às 09h00.

Última atualização em 7 de dezembro de 2021 às 15h29.

Desde sua concepção, a siderúrgica Aço Verde do Brasil (AVB) está comprometida com a sustentabilidade. Localizada em Açailândia, no Maranhão, a companhia prioriza processos de economia circular e a redução de desperdícios de matéria-prima desde a fase de engenharia e de construção.

Em 2010, a empresa já dava destinação responsável para seus produtos sólidos e gasosos, provenientes da produção, o que envolve a moagem e a venda da escória de alto-forno para a produção de cimento, de energia renovável em termelétrica com gás de alto-forno e a injeção de finos do carvão vegetal.

Certificada no ano passado pela Société Générale de Surveillance (SGS) como a primeira usina siderúrgica carbono neutro do mundo, a empresa tem evoluído no reaproveitamento dos gases gerados durante a produção de energia.

A reutilização dos coprodutos nos equipamentos que exigiam combustíveis fósseis para combustão começou em 2015 — como o emprego de gás dos altos-fornos nos pré-aquecedores da aciaria para aquecimento do refratário das panelas de aço e gusa.

A reutilização dos coprodutos nos equipamentos que exigiam combustíveis fósseis para combustão começou em 2015 — como o emprego de gás dos altos-fornos nos pré-aquecedores da aciaria para aquecimento do refratário das panelas de aço e gusa.

Em 2018, 100% dos gases gerados no alto-forno durante o reaquecimento da laminação quente passaram a ser reaproveitados. Com isso, eliminou-se totalmente, na AVB, a utilização de combustíveis fósseis, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.

Considerando apenas o ano de 2020, 83% dos resíduos e dos coprodutos gerados nos processos industriais foram reciclados.

“A AVB continua investindo na implantação de inovações na planta visando um negócio sustentável baseado também nos princípios da economia circular”, diz Sandro Marques Raposo, diretor industrial da siderúrgica. “Além de ser a primeira usina carbono neutro, a empresa busca ser a primeira resíduo zero, com 100% dos restos sólidos sendo reutilizados nas operações.”

Sandro Marques Raposo, diretor industrial da siderúrgica: expectativa é de que 100% dos restos sólidos sejam reutilizados nas operações (Maria Tereza Correia/Divulgação)

A consagração como primeira siderúrgica carbono neutro do mundo se deve ao uso do carvão vegetal no lugar do coque (carvão mineral) e da priorização da economia circular. A meta é transformar a siderúrgica na primeira produtora de aço resíduo zero do mundo já em 2022. Para tanto, a AVB adotou uma série de ações sustentáveis que reduzem os impactos ao meio ambiente.

A partir de 2022, por exemplo, a companhia também vai gerar energia limpa por meio de uma termelétrica verde com capacidade de 12 MW, usando os gases provenientes dos altos-fornos. A operação vai atender 30% da energia consumida pela usina — atualmente, ela só adquire energia elétrica de fontes externas comprovadamente renováveis.

E para o primeiro semestre do próximo ano também está prevista a inauguração de uma planta de briquetes, cuja razão de ser é reciclar os resíduos ainda sem destinação. Briquetes são blocos compactos de alta densidade feitos de resíduos da produção do aço, como lama de alto-forno, pó de despoeiramento e carepa da laminação.

O uso desses briquetes reduzirá o consumo de minério de ferro e carvão vegetal em 10%. Mais: deixará os pátios livres de resíduos, comuns em siderúrgicas. A expectativa é que, após o início da operação, 100% dos resíduos da AVB sejam reaproveitados.

“Organizações que conseguem zerar a produção de alguns resíduos, diminuir e/ou reciclar de maneira significativa a de outros possuem um valor adicional”, acrescenta Raposo. “Também reduzem o custo de construção, manutenção e de controle de pátio de resíduos internos, além de eliminar gastos com transporte, gerenciamento e destinação externa de resíduos gerados, entre outros benefícios”.

Além da planta de briquetes, a AVB pretende implantar em sua unidade, no próximo ano, uma nova tecnologia de forno industrial para produção de carvão vegetal, de patente e engenharia própria, que possibilita dobrar o rendimento gravimétrico de conversão: carvão – lenha em relação aos processos tradicionais. Este novo forno também foi projetado para o aproveitamento dos resíduos gerados no processo de carbonização como a fumaça, o alcatrão e o ácido pirolenhoso.

“A fumaça que sai do forno durante o processo de produção do carvão, que atualmente é descartada nos processos de carbonização tradicionais, será coletada e convertida em energia elétrica renovável, além do alcatrão e do ácido pirolenhoso, que também serão coletados e posteriormente comercializados”, adianta o diretor industrial da AVB.

Reciclagem

A AVB, convém lembrar, é a maior recicladora de sucata ferrosa do Maranhão. A empresa recicla mais de 80.000 toneladas desse material por ano, comprada de dezenas de coletores de recicláveis que trabalham na região de Açailândia — trilhos, vagões antigos e peças mecânicas de outras empresas que não sabem o que fazer com eles, também são adquiridos. Toda essa sucata representa 20% do volume necessário para a produção de ferro gusa, que se transforma em aço.

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