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Previ terá rating próprio de governança para guiar investimentos

Maior do país no segmento, com 172,5 bilhões de reais em ativos, a Previ está tentando ampliar a liquidez da carteira de seu maior fundo, o Plano 1

BB: "No nosso plano de investimentos para os próximos sete anos vamos usar, além do critério de dividendos e liquidez, aspectos de boa governança" (Pilar Olivares/Reuters)

BB: "No nosso plano de investimentos para os próximos sete anos vamos usar, além do critério de dividendos e liquidez, aspectos de boa governança" (Pilar Olivares/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 21h19.

São Paulo - A Previ, caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, está criando uma métrica própria de governança que será usada para determinar em quais papéis investir a partir de 2018, disse nesta quinta-feira o presidente da instituição, Gueitiro Genso.

"No nosso plano de investimentos para os próximos sete anos vamos usar, além do critério de dividendos e liquidez, aspectos de boa governança", disse Genso à Reuters, durante o congresso anual da Abrapp, entidade que representa os fundos de pensão fechados.

Maior do país no segmento, com 172,5 bilhões de reais em ativos, a Previ está tentando ampliar a liquidez da carteira de seu maior fundo, o Plano 1, no qual cerca de 103 dos 114 mil participantes são aposentados ou pensionistas. Isso exige volumes crescentes de pagamentos, da ordem de 1 bilhão de reais por mês, ao mesmo tempo em que o volume de contribuições diminui.

Dentre as medidas tomadas recentemente para dar maior liquidez aos ativos, a Previ atuou para sair do acordo de acionistas da Vale. Com isso, o fundo ficará livre para se desfazer de mais de metade de uma carteira de ações da companhia, avaliada em cerca de 27 bilhões de reais.

O fundo também está em negociação avançada para dar maior liquidez ao investimento que tem na empresa de concessões de infraestrutura Invepar, na qual detém um quarto do capital e também compõe um acordo de acionistas.

"Devemos resolver isso ainda este ano", disse Genso, sem dar mais detalhes.

O fundo tem quase metade do patrimônio do principal fundo aplicado em ações de aproximadamente 30 companhias, incluindo Embraer, AmBev e BRF, nas quais detém assento no conselho. Embora não haja um calendário para reduzir ou desmontar participação nessas empresas, a Previ pode fazer esses movimentos ao longo dos próximos sete anos, o próximo ciclo de investimentos do fundo.

A forte alta das ações brasileiras desde o ano passado tem ajudado a Previ a superar a meta atuarial, rentabilidade mínima necessária para que um fundo consiga pagar os benefícios de todos os participantes. Com isso, o fundo tem conseguido reduzir gradualmente déficits acumulados nos últimos anos, incluindo em ativos fracassados como a Sete Brasil, que está em recuperação judicial.

O déficit da Previ, que chegou a ser de mais de 16 bilhões de reais, deve estar em cerca de 6,5 bilhões de reais atualmente.

"Mantida atual tendência, o déficit deve ser zerado ao longo de 2018", disse Genso.

Entre os ativos que a Previ avalia para potenciais investimentos futuros estão renda variável no exterior e as debêntures de infraestrutura.

Class Action

Genso disse ainda que a Previ está avaliando se participa da uma ação coletiva de investidores, que estão pedindo mediação da Câmara de Arbitragem da B3 para um pedido de indenização por perdas causadas nas ações pelo escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato.

"Estamos analisando e devemos decidir isso na semana que vem; se fizer sentido iremos", afirmou, explicando que o assunto está sendo estudado pela aárea jurídica, "para não ingressarmos em nenhuma aventura"."Já tivemos pareceres jurídicos de que não faria sentido".

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